quarta-feira, janeiro 23, 2008

Garopaba - Florianópolis

(in english after the portuguese)



Musica: Infected Mushroom

Enfim chegou o dia da última etapa da cicloviagem de Porto Alegre a Florianópolis.

Choveu muito na madrugada, a quarta-feira amanheceu nublada em Garopaba e decidimos partir cedo para Florianópolis.





Depois de um excelente café da manhã, por volta das 9:30 hs pegamos a estrada que vai até a praia do Siriu passando por enormes dunas de areia por um caminho de areia enlameada.
Da praia do Siriu subimos o morro da Gamboa.





Ali percebi e confirmei que durante a viagem ainda não havia utilizado a coroa pequena mesmo no trecho da subida da serra gaúcha ou nos sobe e desce dos campos de cima da serra.
Acredito que eu estava preparado fisicamente para esse longo pedal. Com alguns meses de musculação e viagens semanais curtas meu organismo adaptou-se bem aos vários dias de intensa atividade física.
Há alguns anos mesmo sem alforje eu não havia conseguido subir o morro da Gamboa enquanto que agora consegui subir o morro sem empurrar a bicicleta carregando o sobrepeso do alforje.



A subida do morro é íngreme e longa mas compensa no final. No alto é possível de se ver a metade sul da ilha de Florianópolis.

Após a subida vem a descida. Mais um trecho e se chega sem muito esforço na BR 101 em Paulo Lopes.
De Paulo Lopes pegamos um trecho da BR 101 já duplicado onde aceleramos a mais de 30 km/h.
A subida do morro dos cavalos foi lenta e pelo acostamento na contra mão para evitar a proximidade com o trânsito intenso de caminhões e ausência de acostamento no lado direito.
No final da subida tomamos um guaraná pureza e continuamos a jornada.

Descendo mais uma dezena de quilômetros e chegamos em Palhoça onde almoçamos num dos poucos restaurantes da beira da BR 101.
Saímos dali com preguiça e devagar. Entramos em Florianópolis às 15 hs em meio a um trânsito intenso de veículos, cruzamos a ponte e o túnel e pedalamos em alta velocidade até o bairro Campeche.



Depois de um breve descanso meu parceiro ainda foi até a barra da lagoa pedalando. Encontramo-nos de noite para uma farta janta às margens da Lagoa da Conceição na pizzaria Tio Patinhas.



Distância pedalada: 85 km

Total pedalado: 536 km


Garopaba city – Florianópolis city
Finally came the day of the last stage of the trip from Porto Alegre to Florianopolis cities.

Rained much in the night until morning, Wednesday was cloudy in Garopaba and we decided starting the ride early.
After a good breakfast we took the road that goes to the Siriu beach through huge dunes of sand by a path of muddy sand.
From Siriu beach we climbed the Gamboa hill.
There I understood and confirmed that during the trip I had not yet used the crown in the small portion of the ascent of the gaucha mountain range or in the ups and downs in the fields from the top of the mountain range.I think I was physically prepared for this long pedal.
With a few months of weight training and weekly short trips my body adapted themselves well to several days of intense physical activity.
A few years ago even without bag I had not managed to climb the hill of Gamboa while now I could climb the hill without pushing the bicycle carrying the bag of overweight.
The rise of the hill is steep and long but compensates at the end. At the top is possible to see a half south of the island of Florianopolis. After the rise comes the fall. More a piece and we arrived in BR 101 road in Paulo Lopes city without much effort.
From Paulo Lopes we got a piece of the yet doubled BR 101 road where we accelerate over 30 km / h. The rise of the hill of horses was slow and in the sidewalk against in hand to avoid proximity to the intense transit of trucks and no no sidewalk on the right side.
At the end of the hike we took purity guarana soda in a drink bar and continued the tour.
Descending more we arrived in Palhoça city in a stretch where we lunched in one of the few restaurants in the roadside. We continued with laziness and slowly.
We entered in Florianopolis in an intense transit of vehicles, cross the bridge and tunnel and cycled at high speed until the neighborhood of Campeche beach.

After a brief rest my partner continued cycling until the the “bar of the Conceição” beach.
At night we meet again for a dinner in Tio Patinhas pizzaria.

Distance cycled: 85 km

Total cicled: 536 km

terça-feira, janeiro 22, 2008

Imbituba - Garopaba

(in english after the portuguese)



Resolvemos aproveitar o dia de sol para pegar uma praia e descansar.
De manhã cedo fomos para a praia da vila onde ficamos lagarteando por horas sobre as pedras escutando o barulho do mar.
Já com o sol forte tomamos banho numa água cristalina de espumas brancas. Praia excelente, com boa estrutura e pouca poluição.
Almoçamos num buffet a quilo e pegamos nossas bicicletas no hotel.
O próximo destino seria Barra de Ibiraquera onde esperávamos conseguir pousada na casa de uns parentes.
Passamos pelo porto de Imbituba e depois de uma subida descemos em direção à barra.



Mar azul e muita natureza, ar puro. Pretendíamos pedalar apenas uns 10 km naquele dia e o resto do tempo ficar na praia.

A casa estava lotada na Barra de Ibiraquera assim decidimos pedalar até Garopaba evitando nos molharmos ao cruzar a barra que estava ligada ao mar - de vez em quando e conforme a maré ela fecha e permite a passagem de veículos.





Depois de um sorvete, pedalamos costeando a lagoa do Quintino até a localidade de Alto Arroio onde tenho uns parentes. Ali comemos uma saborosa melancia e seguimos viagem.
Com 36 km pedalados chegamos em Garopaba onde ficamos numa pousada boa e barata de frente para o mar. Mais um banho de mar e fomos jantar numa galeteria e casas de massas nos preparando para o ultimo dia da cicloaventura.




Imbituba city - Garopaba city

We decided take the day of sunshine to go to beach and relax like beachbooms. Early in the morning we went to the Vila beach where we stayed laid for hours on the rocks listening to the roar of the sea.
Under a strong sun we took a bath in foams white, crystalline water. Excellent beach, with good structure and little pollution. We had a lunch in a buffet per kilo and take our bicycles at the hotel.
The next destination would be the Ibiraquera bar where I hoped achieve Hostel in the house of some relatives.
We passed by the port of Imbituba and after a climb we went down toward the bar. Blue sea and many nature, clean air. We wanted to ride only about 10 km that day and the rest of the time go to the beach. The house was blended in Barra de Ibiraquera beach thus we decided to ride until Garopaba city avoiding getting wet crossing the bar that was connected to the sea - from time to time and as the tide closes, it allows the passage of vehicles.
To arrive in Garopaba, after an ice cream, we cycled by the edge of the Quintino lagoon until the locality of Alto Arroio where I have some relatives. There we ate a watermelon and followed a tasty trip.

With 36 km cycled we arrived in Garopaba where we got a good and cheap hostel facing the sea. Another bath of sea and after a dinner in a pasta house and we were right for the last day of our trip.

segunda-feira, janeiro 21, 2008

Turvo - Imbituba

(in english after the portuguese)



No inicio da manhã fomos procurar uma bicicletaria para consertar a correia da bicicleta do Alberto.
Duas alicates e a mão treinada com 40 anos de prática do seu Mário resolveram o problema na correia.
Aproveitei e emendei o pé de apoio da minha bicicleta com um resto de metal sucateado.














Partimos às 9:30 hs de Turvo a mais de 25 km/h aproveitando as condições favoráveis de um caminho asfaltado entre arrozais, pouco movimentado com acostamento liso, sol e vento a favor.
Passamos por Meleiro e Forquilhinha. Num ritmo forte, rapidamente e sem perceber, antes do meio dia estávamos entrando em Criciúma.
Tomamos um refrigerante de abacaxi numa lancheria, e seguimos em direção a Morro da Fumaça. No caminho paramos numa padaria/restaurante onde serviam um excelente buffet a preço módico.




















Seguimos o pedal com certa preguiça, passamos pelas inúmeras olarias de Morro da Fumaça até chegarmos enfim à BR 101 nas proximidades de Jaguaruna.



Havia trechos paralelos em obras, verdadeiras ciclovias livres de trânsito de veículos automotores. Fomos experimentando esse luxo até nos atrapalharmos e cairmos o primeiro e ultimo tombo da cicloviagem em parceria.
Geralmente os acidentes acontecem por um somatório de fatos sincrônicos, e dessa vez não fugiu à regra. Sempre que pode o Alberto pega um vácuo ou “remoriza”. Vínhamos a uns 15 km/h no acostamento quando vi uma ciclovia do outro lado da BR. O Alberto caiu no meu ponto cego enquanto vinha no meu vácuo.
Virei à esquerda para cruzar a BR 101 e levei uma trombada que a principio achei que fosse de caminhão pelo berro do Alberto. Mas foi uma simples cortada. Caímos embolados com bicicletas e alforjes no meio da BR 101, mas não houve danos materiais ou corporais exceto pelo roxo superficial na patela do meu joelho esquerdo.

Levantamos do chão e fomos a partir dali pedalando distantes um do outro e evitando cruzar a BR tamanho foi o susto. Paramos no primeiro posto de gasolina para um refrigerante, passei pomada calminex no joelho e continuamos a cicloviagem.






Passamos por Tubarão e Laguna, pedalando até a entrada de Imbituba onde parei num quiosque duns parentes distantes e depois fomos para o centro da cidade procurar lugar para ficar. Por volta das 19 hs encontramos um hotel relativamente bom e relativamente barato e logo em seguida jantamos uma “a la minuta”.

Distância pedalada: 160 km




Turvo city - Imbituba city


At the beginning of the morning we seek for a place to repair the belt-cycling of Alberto. Two pliers and hand trained with 40 years of practice of Mr. Mário resolved the problem in the belt. I took in repaired the leg that support from my bicycle with a metal rest.
We left at 9:30 am from Turvo city at more than 25 km/h taking advantage of favourable conditions of a asphalted road between paddy fields, little busy with sidewalk smooth, sun, and wind in favour. We passed by Meleiro and Forquilhinha cities.
In a strong pace, quickly and without realizing, before noon we were entering in Criciúma city. We took a soda from a pineapple drink bar and followed toward Morro da Fumaça city.
On the way we stopped in a bakery/restaurant where an excellent buffet was served by an affordable price. Then we cycled with a certain laziness, passing by the many roof factories of Morro da Fumaça city until finally reaching the railroad being built BR 101 near Jaguaruna city.
There were stretches in parallel sides, real bike paths free from transit of automobile. We experimented this luxury until we fall down in the first and last crashing of our trip together.
Usually the accidents happen for a sum of facts synchronous, and this time not fled to the rule. When Alberto can he handle a vacuum or link to a truck using his hands in climbs.
We was going at so so 15 km/h when no I saw a cycle way in the other side of the road. Alberto entered in my blind spot while he was going behind me in my vacuum. I turned left to cross the road and I was crashed thinking at principle that it was a truck by the shout of Alberto.
Fortunatelly it was a simple cut. We fell down all together with bicycles and baggage in the middle of the road BR 101, but no damage or bodily except for the purple surface of the patella in my left knee.
We stood up from the ground and from there we cycled away from each other and avoiding cross the road because we were scared with the crash. We stopped in the first post of gasoline for a soda, I spent calminex ointment in the knee and continued the trip.
We cycled until the entry of Imbituba city stopped where a kiosk from distant relatives and then we went to the centre of the city looking for a place to stay. We found a hotel relatively good and relatively cheap at 7 pm and had a dinner in a small drink bar on the front hotel.

Pedalling Distance: 160 km

domingo, janeiro 20, 2008

Cambará do Sul - Turvo

(in english after the portuguese)



Musica de Fundo: Honeyroot

O dia amanheceu nublado em Cambará do Sul. Recolhemos nossas roupas e tênis do varal improvisado sobre o aquecedor e partimos às 8:30 hs com destino a Criciúma.



A partir de Cambará pegamos estrada de terra e pedra. Caminho trepidante, enlameado e de pouco movimento. Foi difícil de conseguir uma boa velocidade devido ao pedregal somado ao peso do alforje.

Um sobe e desce lerdo sem muitos atrativos panorâmicos a não ser o aspecto selvagem dos campos ao derredor e aquela estrada de terra desaparecendo ao longe.



No caminho passamos por Vila Picada e Santana onde existe uma grande fábrica de celulose às márgens de um rio, a Cambará SA.





Devido à trepidação, perdi a ponta do pezinho suporte da bicicleta que faz com que ela pare de pé. Tentei improvisar com um pedaço de galho verde mas ele não resistiu ao peso do alforje. Assim tive de utilizar pedras para apoiar a outra metade do pé.





Por volta das 13:00 hs chegamos em Encruzilhada das Antas onde planejávamos almoçar. Mas por surpresa havia apenas um posto policial no local e uma pousada mais adiante no caminho de São José dos Ausentes.

A solução foi comer algumas barras de cereais e seguir viagem apesar do Alberto já estar visivelmente cansado e sob os efeitos da endorfina. Ele relatou que havia me confundido com um arbusto e que enxergou uma galinha branca que se transformou numa pedra...



 
 A partir de Encruzilhada das Antas subimos uns 3 km até a divisa do RS com SC.




Uma neblina nos alcançou. Era uma nuvem que veio de baixo e rapidamente tomou conta de tudo, a estrada ficou cada vez mais enlameada e passamos a pedalar num ambiente fumacento.





Repentinamente a estrada cedeu e deu início ao declive da serra da rocinha. Pouca coisa se via a não ser as árvores mais próximas e algumas dezenas de metros de estrada pela frente.





Mas aos poucos fomos aterrisando, saindo das nuvens, a neblina foi desaparecendo. No meio da descida já se via alguma coisa embaixo, morros e localidades.







Descíamos em velocidade moderada aquela estrada de terra com muita pedra. Começou a chover, vesti a jaqueta impermeável e segui a jornada. Meu espelho retrovisor saltou longe devido à trepidação e espatifou-se.





Desci uns 10 k m e encontrei o Alberto sob uma parada de ônibus na zona rural de Timbé do Sul. Propus que seguíssemos viagem mesmo na chuva para procurar um lugar para comer. Segui na frente e encontrei uma boa lanchonete na beira da estrada a 500 m da parada de ônibus onde estava o Alberto. Comi uns pastéis com suco de laranja enquanto esperava o parceiro.
Ele chegou preocupado dizendo que um dos laços do alforje havia entrado no câmbio traseiro e que tinha danificado a relação. Apesar de um barulho a cada volta da correia ainda dava para pedalar.

Depois de um lanche entramos de volta no asfalto, passamos por Timbé do Sul procurando uma oficina de bicicleta, mas estavam todas fechadas porque era domingo.



O Alberto descobriu que o problema era a correia torta. Antes de tentarmos extrair a parte danificada, decidimos pedalar até Turvo e continuar procurando uma oficina.
O plano era seguir até Criciúma que ficava a 45 km de Turvo, mas devido ao visível cansaço do Alberto mais o problema da correia da bicicleta, decidimos ficar por ali mesmo.
Lavei o barro grudado na bicicleta num posto de gasolina e fomos para o hotel Manente, enorme, vazio, bom e barato.
Tomei uma ducha quente e fomos procurar um restaurante para jantar.

Turvo é uma cidade de ruas largas, próspera como a maioria das cidades de SC. É conhecida como “Capital da Mecanização Agrícola e do Arroz”, já que é o município com o maior índice de mecanização da lavoura no país.
Havia uma pizzaria aberta onde nos serviram uma pizza grande gigante que não conseguimos comer inteira e tive de levar a sobra para o hotel.

Distância pedalada: 86 km




Cambará do Sul city - Turvo city

Music: Honeyroot

The morning was cloudy in Cambará do Sul city. We collect our clothes and shoes above heater and left at 8:30 am to Criciúma city.

From Cambará we took a road of earth and stone. Hard mud path with a lot of stones and little movement. It was difficult to achieve a good speed due to stones added to the weight of the bag. An slow up and down without many panoramic attractions unless the wild aspect of the fields around and the road of land disappearing in the distance.

On the way we passed by Picada and Santana village where there is a large pulp factory, the Cambará SA. Because of the jitter, I lost the tip that support the bike in line. I tried to improvise with a piece of green branch but is not resisted the weight of the bag. So I had to use stones to support the other half of the foot.

Around 01:00 pm we arrived at the Encruzilhada das Antas village where we was planning to have a lunch. But by surprise there were only the police post and a hostel ahead, in the path of São José dos Ausentes city.

The solution was to eat some cereal bars and follow the travel despite Alberto already be visibly tired and on the effects of hallucinogens endorphine.

He reported that he had confused me with a bush and that saw a chicken that became a white stone ...

From Encruzilhada das Antas village we climbed 3 km to the motto of RS with SC states. A fog reached us. It was a cloud that came from down and quickly took over all, the road became increasingly muddy and we began pedaling in a foggy environment.

Suddenly the road and bowed initiated the slope of the rocinha mountain range. We could see few, the trees nearby and some meters of road ahead. But gradually the fog was desappearing. Ahead it was possible to see hills and towns.

We were cycling in a moderate speed on that road of mud with stones. It began to rain and I had to wear the waterproof jacket and followed the journey. My mirror jumped far due to jitter and crashed.

I went down so so 10 km and found the Alberto under a parade of buses in the rural area of Timbé do Sul city. I proposed that we continued the journey even thought in the rain to find a place to eat. I went on the front and found a good cafeteria at the roadside so so 500 m far from the bus stop, where was Alberto.

I ate a pastel with orange juice while expecting the partner. He arrived worried saying that one of the ties of the bag had entered in the rear derailleur, which had damaged the relationship in gears. Despite a fuss about each of the belt still was able to ride.

After more a snack of mud and stones we come back in the asphalt, and went to Timbé do Sul city looking for a workshop on a bicycle, but were all closed because it was Sunday. Alberto discovered that the problem was a crooked belt. Before trying to extract the damaged part, decided to ride Turvo and continue looking for a workshop.

The plan was to go until Criciúma city which was 45 km far from Turvo city, but due to the visible tiredness of Alberto more the problem in his bicycle we decided stay in Turvo.

I washed the the clay on my bicycle on a gas station and went to the hotel Manente, huge, empty, good and cheap. After a shower we went to a restaurant for dinner.

Turvo is a city of wide streets, prosperous as most cities in SC state. It is known as the "Capital of agricultural mechanization and rice," since it is the municipality with the largest index of mechanization of farming in Brazil. There was a pizzeria open where they served us a pizza giant that we could not eat whole and I had to bring over to the hotel.

Distance cycled: 86 km

sábado, janeiro 19, 2008

São Francisco de Paula - Cambará do Sul

(in english after the portuguese)



A chuva da noite anterior continuou no início da manhã. Saímos pedalando da pousada do Mirão em São Francisco de Paula sob forte chuva por volta das 8:00 hs.

Estava frio e tive de vestir a jaqueta impermeável. A despeito da chuvarada não havia vento forte, o terreno era quase plano e o asfalto convidativo para pedais velozes.

O Alberto ficou melhor dos joelhos, parou de chover nas imediações de Tainhas. Pedalamos fazendo poucas paradas e pudemos alcançar uma velocidade média tolerável para nosso objetivo final.



No meio do caminho um motorista nos informou que um grupo de ciclistas também estava pedalando naquela estrada vindo em nossa direção.
Comentamos de forma humorada sobre o porquê daqueles ciclistas estarem pedalando ali na chuva e frio ao invés de irem para a praia.



Chegamos em Cambará do Sul ao meio dia e almoçamos num bom restaurante na entrada da cidade. Voltou a chover.
Decidimos que, devido às circunstâncias - chuva, acrescido da remanescente dor dos joelhos do Alberto - pernoitaríamos em Cambará. A intenção original era de pedalar até Encruzilhada das Antas ou Timbé do Sul.

Procuramos o Albergue da Juventude de Cambará do Sul onde noutros pedais eu já tinha ficado um fim de semana com um grupo de ciclistas.
Não havia mais albergue, e o antigo gerente agora trabalhava num hotel do centro da cidade.

Saímos pela cidade a procurar uma pousada boa e barata de preferência com sala de jogos, pois ficaríamos um longo tempo praticamente sem fazer nada, pelo menos enquanto estivesse chovendo.
Eu não havia levado nenhum livro para ler para evitar sobrepeso, nem meu violão pelo volume em excesso. O Alberto não tinha trazido o tabuleiro de Go.

Assim ficamos na pousada Pôr do Sol com mesa de sinuca, fla-flu e baralho de cartas.
De noite parou de chover e saimos da pousada para comer um Cheese.
O Alberto comprou o medicamento Celebra (celecoxibe) para a dor nos joelhos.

Apesar dos nossos alforjes serem tidos por impermeáveis, tudo o que havia no seu interior ficou bastante molhado.
Dependuramos as tralhas úmidas sobre o aquecedor a gás do quarto e fomos dormir cedo.



Distância pedalada: 70 km


São Francisco de Paula city - Cambará do Sul city

The rain of the last night was extended to the morning. We left Mirão Hostel under heavy rain from around 8:00 am.
The climate was cold, I had to wear a waterproof jacket.
Despite the rain, there was no strong wing against us and the ground was almost plan asphalt, inviting for a fast pedal.

Alberto was improving a little by the knees and we stopped few, stopped the rain, and we
could reach an average speed tolerable to the ultimate goal.

In the middle of the road a driver informed us that a group of cyclists was also cycling by the road coming into our direction. I talked to Alberto in a good mood that I would like to know why those cyclists were there pedaling in that road semi-deserted in the fields from top of the mountain, a place with rain and cold rather than go to the beaches.

We arrived in Cambará do Sul city at noon. The rain came back.
We lunched in a good restaurant at the entrance of the city and decided that due to the circumstances of strong rain plus the remainder of the pain of the knees of Alberto, we would stop cycling that day. The original intent was pedaling until Encruzilhada das Antas village or Timbé do Sul city.

We looked for the International Hostelling where in other pedals I had been a weekend with a large group of cyclists. There was no more international hostel, and the former manager now was working in some hotel in the city.

So we seek for a good and cheap hotel preferably with a room of games, because we would stay a long time without doing practically nothing, at least as was raining. I had not taken any books to read to avoid overweight, or my guitar by volume in excess. The Alberto had not brought the board of Go.

So we stayed in a hotel with pool table, “fla-flu” game and deck of cards. At night we eat a Cheese and Alberto purchased the the medicine Celebra in drugstore (celecoxibe) for the pain in the knees.

Despite our baggage being taken by impermeable, everything that was inside was very wet. We put our humid clothes and shoes above a heater in the bedroom and went to sleep early.

Distance cycled: 70 km





sexta-feira, janeiro 18, 2008

Porto Alegre - São Francisco de Paula

(in english after the portuguese)



Musica: Tiff Lacey

Sexta-feira nublada em Porto Alegre, antes das nove horas da manhã saí de casa de capacete novo echowell pedalando a velha bicicleta amarela com um enorme alforje e bolsa de guidom pretos.
Parei numa padaria da Avenida Santana para fazer um remate na alimentação à base de carboidratos que tinha começado dois dias antes na casa de massas Bella Mama.

Encontrei-me com o Alberto no posto BR do final da Avenida José Bonifácio. Ele estava bem humorado, também de capacete novo, na velha bicicleta marrom com alforje azul.
O plano era chegar em São Francisco de Paula até o final daquele dia. Depois, e numa escala maior, pretendíamos finalmente chegar a Florianópolis evitando a rodovia BR 101, passando por São José dos Ausentes, Bom Jardim da Serra, Orelans, Rio Rufino, Anitápolis e Rancho Queimado.

A principio pegamos o trensurb na estação rodoviária e desembarcamos em São Leopoldo. Com a nova legislação do tremsurb agora ciclistas podem transportar bicicletas em determinados horários em precisar destacar a roda dianteira.

Em São Leopoldo demos inicio ao pedal indo na direção de Novo Hamburgo.
Uma nuvem escura atravessou nosso caminho deixando um rastro linear de chuva intensa. Tivemos de nos abrigar debaixo dum viaduto onde nos entretemos com uma abelha pousada no capacete do Alberto cujas patas traseiras repletas de pólen pareciam alforjes laterais.
Passada a pancada de chuva, iniciamos a pedalar mais forte.



O Alberto estava tendo dificuldades de me acompanhar, reduzi a velocidade.
Nas imediações de Sapiranga um rapaz vestindo calça jeans e pedalando uma barra circular passou por nós zunindo. Percebi que havia algo estranho com meu parceiro: uma lentidão incomum que eu nunca havia visto em todos os quilômetros de pedal juntos por esses pagos.
Assim pedalamos lentamente os primeiros 50 km até as proximidades de Parobé. Eu comecei a pensar que meu companheiro iria desistir da ciclo-viagem antes mesmo de começar a subir a serra em Taquara.

Almoçamos num restaurante bastante simples em Taquara. Um pouco de carboidrato deu um novo ânimo ao parceiro.



Mas logo no inicio da longa subida até São Francisco de Paula o Alberto começou a sentir dor nos joelhos e passou a empurrar a bicicleta mesmo nas mais leves inclinações, e parar várias vezes para descansar com as pernas erguidas, coisa rara de se ver.


Outra coisa rara de se ver foi um tucano de bico preto granindo na beira da estrada. Segundo ornitólogos, esse pássaro vive nas matas da faixa litorânea que vai do Pará a Santa Catarina. O que faria um bicho desses nas matas da serra gaucha?

Balanceei a situação e propus ao Alberto uma mudança de rota. Ao invés de descermos a serra do rio do rastro desceríamos a serra da rocinha com possibilidade de pedalarmos na BR 101 a partir de Criciúma. Isso se ele não desistisse do passeio em São Francisco de Paula ou Cambará do Sul.



Para piorar a situação, veio uma neblina seguida de chuva. Pedalamos um longo trecho na contra-mão e debaixo das árvores para evitar a chuvarada.





Chegamos encharcados em São Francisco de Paula às 19:30 hs com planos de procurar pernoitar no Corpo de Bombeiros da cidade. Descobrimos a boa e barata pousada do Mirão na saída para Cambará do Sul e ficamos ali mesmo.

Havia um restaurante anexo. Com tanta chuva do lado de fora, jantamos uma farta a la minuta com buffet de saladas e fomos dormir cedo.
O Alberto passou um gel à base de diclofenaco nos joelhos e tomou um Tylex (paracetamol 750 mg).
Choveu torrencialmente a noite toda pelo barulho no telhado.
















Distância Pedalada: 100 km

Porto Alegre city - São Francisco de Paula city
Cloudy Friday in Porto Alegre city, before the nine o'clock in the morning I left home, new echowell helmet, cycling the old yellow bicycle with a huge bag and black pouch of guidom.
I stopped in a bakery in Santana Avenue to make a remate in carbohydrates food-based which had begun two days before the house of pasta Bella Mama.
I met Alberto at the gas station in the end of José Bonifácio Avenue. He was with good mood, also with a new helmet, in the old brown bicycle and blue bag linked to it.
The idea was to arrive in San Francisco de Paula city by the end of that day. Then, in a larger scale, we wanted finally arrive in Florianopolis city avoiding highway BR 101 being built, through São José dos Ausentes, Bom Jardim da Serra, Orelans, Rio Rufino and Anitápolis and Rancho Queimado cities.
In the principle we got the trensurb at station and went until Sao Leopoldo city in train. With the new legislation in the tremsurb cyclists now can carry bicycles in certain times without the need to deploy the front wheel.
In Sao Leopoldo we started to pedal going in the direction of New Hamburg city. A dark cloud crossed our path leaving a trail linear of intense rain. We had to shelter under a viaduct in where we enjoyed ourselves with a bee sit in the helmet of Alberto whose hind legs filled with pollen seemed baggage side.
After a shot of rain, we started to ride stronger.
Alberto was having difficulties to follow me, so I reduced the speed.
Close to Sapiranga city a boy wearing jeans pants with no helmet, and cycling a circular bar bicycle bread(only one gear) passed by us in high speed. I noticed that there was something strange with my partner: a slow unusual that I had never seen in all the miles of pedal together.
So we cycled slowly the first 50 km to the nearby Parobé city.
I started to think that my companion would withdraw from the round-trip even before starting to climb the mountain range in Taquara city.
We lunched in a restaurant quite simple in Taquara city. A bit of carbohydrate was rejuvenating the partner.
But at the beginning of the long climb to São Francisco de Paula Alberto began to feel pain in the knees and started to push the bike even in the most light inclinations, and stopping several times to rest with the legs raised, something rare to see.
Thinking about the situation I proposed a change in the route to Alberto. Instead of go down in Rio do rastro mountain range, we would go down in rocinha mountain range, more in south, with the possibility of we cycle in the BR 101 railroad being built from Criciúma city.
That if it does not gave up from the trip in São Francisco de Paula or Cambará cities.
To worsen the situation, came a fog followed by rain. We cycled a long stretch against in-hand and under the trees to avoid the rain.
We arrived wet in San Francisco de Paula city at 7:30 pm with plans to stay in the Fire Brigade in the city. But we found a good and inexpensive Hostel Mirão in the ramp to Cambará city and so we stayed there.
There was a restaurant annex. With so much rain on the side out, we had a lunch there and went to sleep there early.
Alberto passed a gel-based in diclofenac in the knees and took a Tylex (paracetamol 750 mg). It rained a lot all night by the noise on the roof.
Pedal Distance: 100 km