domingo, dezembro 30, 2007

Curitiba-Paranaguá

(in english after the portuguese)

A catedral Basílica Menor, localizada no marco zero de Curitiba, é dedicada à padroeira da cidade: Nossa Senhora da Luz dos Pinhais.
Ali zerei meu ciclocomputador na manhã de um domingo quente.


Nove e meia da manhã, a cidade parada, a maioria da população foi para o litoral deixando para trás um rastro de gás carbônico.

Pedalando a esmo pelo centro, aos tateios fui saindo de Curitiba a 25 km/h pelas avenidas quase desertas.



Longo pedal pela BR 277 movimentada, através da densa grande Curitiba, passando por cidades satélites e grupos de ciclistas paramentados a rigor até poder respirar um ar mais puro nas imediações do pedágio.



A partir do pedagio um ciclista de boa prosa me fez companhia até quase o fim da descida da serra.
Ele usava boné e seguia para o litoral numa bicicleta velha sem marca. Levava uma mochila nas costas, algumas sacolas plásticas e uma corrente grossa dependurados no guidom.
Falou que sofria de terríveis dores de cabeça que só eram aliviadas com cabeçadas na parede ou quando pedalava longas distâncias. Por isso já tinha pedalado mais de sete vezes de Curitiba até o litoral do Paraná. Pernoitava ao relento na praia, acorrentado à bicicleta para evitar furtos.
Ele desapareceu num longo declive enquanto eu parei para tirar fotografias e apreciar a paisagem.




A BR 277 é semelhante à free-way gaúcha com a diferença de que naquela os inofensivos ciclistas têm trânsito livre.

Apesar do bom acostamento e da ausência de vento contra eu pedalava sem pressa e fazia muitas paradas.

Numa tenda rústica na beira da estrada parei para almoçar uma tapioca doce com água de bica que vinha do morro e que tinha um gosto metálico.

Depois de uma seqüência de curvas e declives com belos panoramas vieram longos retões planos onde a monotonia esticava o espaço-tempo e os fortes raios ultravioletas de um calor de quarenta graus encharcavam a roupa e danificaram meu frequencímetro.



No final da BR 277 o trânsito de veículos foi diminuindo; ao que parecia Paranaguá não era o destino final de todos aqueles veículos que iam entrando em pistas laterais rumo a Caiobá, Guaratuba e Pontal.

A reta final foi cansativa não tanto pelos aclives ou distâncias, mas pelo vento contra, cheiro nauseabundo, ausência de belezas naturais e falta de acostamento.

Eu pedalava numa avenida longa e larga, relativamente movimentada, entre uma alameda de postes, com uma montanha nas costas e rumo ao grande mar redondo - “paranaguá” em tupi-guarani.


Vencida essa etapa cheguei ao centro histórico de Paranaguá por volta das 14:30 hs.

Com grande potencial turístico, o centro histórico tem vários sobrados coloniais, especialmente na Rua da Praia, a maioria um tanto mal conservados, e que por isso mesmo realçam a antiguidade.

Pedalei sem rumo pelas vielas da cidade indo parar no restaurante ao lado de um Hostel na Rua da Praia, onde um Gatorade reconstituiu minhas energias. Finalmente peguei um toró sob uma marquise em frente à Igreja São Benedito onde me encontrei com o carro de apoio por volta das 16 hs.

Distância pedalada: 104 km
Vm: 24 km/h


Curitiba city - Paranaguá city

The Basilica Menor Cathedral is located in the zero-framework in Curitiba city and is dedicated to the city's patron saint, Our Lady of Light of Pinhals. There I adjusted my cycle computer and prayed.

It was so so 9:30 pm on a Sunday morning, even with warm smell of pollution. The city almost empty, the majority of the population was spending the New Year holiday at the beach, leaving behind a trail of gas carbon dioxide and soot produced by the exhaust of cars.

Cycling around in downtown I was leaving Curitiba at 25 km / h by avenues almost deserted. Long pedal by BR 277 railroad through the dense great Curitiba, and into satellites cities and crossing groups of cyclists weared like cyclists, I was able to get an air breathing more fresh and pure in the vicinity of the toll.

From the toll, a cyclist of good prose, which was going to beach in an old and unbranded bicycle, made me company until almost the end of the descent of the hills. He led a rucksack on the back, some plastic bags and a current thick in the direction of his bicycle. He told he used to suffer from a terrible headache that just were relieved through giving strong beats with the head in walls or when he cycled long distances. For that he had made more than seven rides to the beach in his bicycle. He used to sleep in streets or in the sand, tied in his bike to avoid be robbed. He disappeared in a long slope while I stopped to take pictures and enjoy the scenery.

The BR 277 railroad is similar to the free-way railroad from RS state with the difference that the BR 277 is free to cyclists. Despite the good sidewalks and the absence of wind against me I cycled without haste and made many stops.

In a rustic tent at the roadside I stopped for a lunch. I ate sweet tapioca and drank water that came from the hills and had a metallic taste.

After a sequence of curves and slopes with beautiful panoramas appeared long lines and plans where the monotony made the space-time longer and the strong sun of a heat of forty degrees made my clothes wet and damaged my heart rater.

At the end of the BR 277 the transit of vehicles has been declining, it seemed that Paranaguá city was not the final destination of all those vehicles that were entering runways side towards Caiobá, Guaratuba and Pontal beachs.

The final piece was not the worst neither by aclives nor distances, but because it was against the wind, bad smell, lack of natural beauty and lack of sidewalk. I was cycling in an long and wide avenue, relatively busy, between a boulevard of poles, with a mountain on the back and towards large round ocean -"paranaguá" in Tupi – Guarani language.

Winning this step I arrived in the historical center of Paranaguá around the 14:30 pm. With great tourist potential, the center has several colonial historic buildings, especially in the Beach street, they are poorly preserved, and that therefore emphasize the ancient aspect.

I cycled towards the center of the city to at the restaurant of a Hostel on the Beach street where I drank a Gatorade to reconstitute my energies. Finally I get a hard rain under a marquise in front of the Church St. Benedict where I met the car of support around 16 pm.

Distance cycled: 104 km

Vm: 24 km / h

sábado, dezembro 29, 2007

Morro Spitzkopf

(in english after the portuguese)


O Parque Ecologico Spitzkopf fica a 15 km do centro da cidade de Blumenau-SC.
Partindo-se da sede do parque e seguindo uns 6 km pelas margens do ribeirão Caeté chega-se ao alto do morro Spitzkopf (cabeça pontuda) cuja altitude é de 936 metros.

Depois de almoçar um marreco assado num dos restaurantes à margem do rio Itajaí no centro histórico de Blumenau pegamos o carro com transbike e bike e fomos até o sopé do morro. A densa copa de pinheiros enormes num lugar úmido por natureza com cascatas, riachos e lagos não arrefeciam o calor de quase quarenta graus.

Por volta das 13:30 hs iniciei a subida na velha volare montada com componentes de segunda linha que, com exceção do câmbio traseiro, nem chegam a ser shimano alivio, suspensão RST capa e pneus semi slick. Bicicleta simples mas suficiente para percorrer muitos pagos, tanto que não tem apresentado problemas mecânicos nos pedais dos ultimos meses em Florianópolis.

Engatei na relação mais leve e assim fui pedalando devagar e sempre por uns 1800 m com bpm superior a 150 sem descer nem para tirar fotografia.

Parecia que a subida seria fácil, a trilha não era muito ingreme, mas o acúmulo de acido lático e os pneus semi slick me fizeram interromper o pedal e fui forçado a fazer um descanso na beira do ribeirão Caeté.



A partir dos 2,5 km pedalados cheguei a uma pulsação de 177 bpm considerada a minha pulsação máxima segundo estudiosos, então no primeira patinação do pneu semi slick desci da bike e fui empurrando até os 3 km.



Com 3 km de passeio morro acima encontrei os últimos vestígios de civilização: passei pelo último dos 3 sítios (casas) do caminho, e encontrei uma placa indicativa do parque.



A primeira caranhola de água chegou ao fim enquanto que o ribeirão Caeté lançava um gemido lá do fundo dos peraus. Comecei a pensar que o passeio não seria tão fácil como o imaginado, que me faltaria água lá em cima.
Mas para alivio da preocupação encontrei uma especie de nascente escondida no meio do mato que vinha das pedras onde me reabasteci de água.


Mais adiante uma pequena cascata onde tomei banho gelado por causa do calor infernal mesmo sendo o pedal feito todo na sombra das arvores e já a uma altitude moderada.
















Por volta dos 4 km de pedal passaram por mim um grupo de peregrinos morro abaixo, casais com filhos adolescentes, felizes pela empreitada de terem ido quase até o cume. Me falaram duma trilha de extrema dificuldade para chegar ao ponto mais alto que certamente eu não poderia ir de bicicleta até lá.



A partir dali tive um sentimento de abandono, uma sensação de estar sozinho num fim de mundo. Eu e a bicicleta sendo observados pela natureza seguimos o pedal contabilizado metro a metro pela dificuldade e cansaço. Em todo o percurso não se via o que tinha abaixo ou acima do morro, a única visão era a de uma trilha no mato fechado.



Chegamos ao ponto previsto e indicado pelos peregrinos. Trilha para fila indiana. Ainda tentei levar a bike comigo uma centena de metros.


Como eu não sabia ainda quanto ainda teria de usar os braços e as costas como transbike escondi a companheira no mato e segui a jornada picada acima com tristeza e mais solitário ainda, acompanhado apenas da máquina fotográfica e caramanhola.

Enfim depois ainda de muitas curvas e degraus de barro cheguei ao topo onde tive uma visão não tão magnífica ao ponto de chegar a ver o mar como diziam alguns, mas o suficiente para pensar que o pedal já tinha sido válido somente pelo privilégio daquela paisagem - e isso sem levar em conta os vários mg de endorfina extraídos dos 6 km de trilha morro acima.





Satisfeito com a subida e com uma sensação enorme de isolamento desci correndo para encontrar a bike. Ela estava ainda lá intocada, quieta e escondida. Quando coloquei as mão no guidom me senti forte como se tivesse em mãos não uma coisa, mas alguém com poder de me levar de volta ao sopé do morro e à civilização de forma silenciosa, rápida e prazerosa.



Despenquei lá de cima com baixa velocidade pois a trilha era traiçoeira e os pneus semi slick. Caminho repleto de curvas em peraus profundos, bom para um tombo sem volta e desaparecimento no mato.

Não atingi mais do que 42 km/h mas peguei uma enxurrada de adrenalina naquela descida sem parada até cruzar lá em baixo o ribeirão Caeté por volta das 17:00 hs. Legal!




Spitzkopf Hill
The Ecological Park Spitzkopf is 15 km far from the center of Blumenau city. From the park, following 6 km by the margins of Caeté stream we arrive to the top of the Spitzkopf hill (pointed head), whose altitude is 936 meters.
After lunch a roasted kind of duck in one of the restaurants at the edge of Itajaí river, in the historical center of Blumenau city we took the car with a trans-bike to carry the bike and went to the foot of the hill.
The dense crown of a huge pine, humid place by nature with waterfalls, streams and lakes not decreased the heat of almost forty degrees.
Around the 01:30 pm I began rising the hill in the old Volare assembled with components of second line not enough to be shimano alivio, RST capa suspension fork and half slick tires. Bike simple, but enough to go to many places; so that it has not presented mechanical problems in pedals from the past months in Florianopolis city.
I put the relationship lighter in gears and so went up cycling slowly and always by so so 1800 m with bpm higher than 150 without go out bicycle neither to take photographs.
It appeared that the climb would be easy, the track was not very steep, but the accumulation of latic acid and the half slick tires made me interrupt the pedal and I was forced to make a stand on the edge of Caeté stream.
From the 2.5 km cycled I arrived at a pulse rate of 177 bpm considered my maximum pulse by scholars, then in the first skating of the slick tire I went out from the bike and began to push it until the 3 km.
With 3 km of walking hill up I found the last vestiges of civilization: the last of the 3 countryhousesin the way, and found a plate indicative with the rules of the park.
The first bottle of water came to an end while the Caeté stream launched a groan from the bottom of a big hole into rainforest. I started thinking that the ride would not be as easy as imagined, and that was going to lack water in the end.
But i found a kind of hidden source of clear water in the middle of the weeds that came from the stones and there I fulfilled my bottles of water.
Ahead I found a small waterfall where I had a frozen bath because of the infernal heat even though the pedal was being made under the shade of trees and was a moderate altitude.
At about 4 km of pedal I passed by a group of pilgrims hill below; couples with children adolescents, thrilled by the work they have gone almost to the summit. They told me about a hard trail of extreme difficulty to reach the highest point that I certainly could not go by bicycle until there.
From there I felt abandoned, a feeling of being alone in a world of nature and trees. I and my bike flowed ahead being observed by nature and counting meter by meter the advance of that ride by the difficulty and tiredness.
Throughout the journey is I could not see what had below or above the hill, the only view was of a trail into the closed rainforest.
I arrived to the point indicated by pilgrims. Hard trail, hard to cycle or carry the bike. Even thought I tried to carry the bike one hundred meters but since I did not know yet how much still had to use the arms and back as trans-bike I let it hide in the bush and followed the journey minced up with sadness and even more lonely, accompanied only of the machine Photo and the bottle of water.
Finally, even after many steps and curves of clay hill above I arrived in the top where I had visions not so great as to be able to see the sea as some person had told me, but enough to think that the privilege of that landscape has earned the ride - this without taking about the various mg of endorfine extracted from 6 km of track in the hill into rainforest.
Satisfied with the rise and with a great feeling of isolation I descended racing to find a bike. It was still there hidden, untouchable and quiet. When I put the hand in it I felt strong as I had put the hands not in a thing but in someone with power to take me back to the edge of the mountain and near to the civilization quickly and in a pleasured way.
I went down from the top with in a low speed because the track was treacherous and half slick tires. Path full of curves in big holes deep into rainforest, good to fall down in the bush and disappear forever. I did not reach more than 42 km / h but picked up a lot of adrenaline going down without stop until cross in 5:00 pm the Caeté stream down there.

sexta-feira, dezembro 14, 2007

Morro do Gravatá

(in english after the portuguese)



No caminho para a praia Mole e Barra da Lagoa em Florianópolis, pela rodovia Jornalista Manuel de Menezes, tem uma trilha sutil camuflada num aclive de concreto.
Segundo a minha interpretação do google earth essa trilha parecia atravessar um campo limpo e ser de dificuldade fácil a moderada.

Já de início o pedal não foi tão fácil quanto parecia. Um terreno pedregoso com areião vermelho resvalento dificultava a subida.




Com a sombra abundante e água ainda gelada da caramanhola parei para reprogramar neuro-linguisticamente o passeio.



Subi uma parte do morro até chegar num descampado onde havia um homem cortando pinos armado de facão e um protetor de tela no rosto. Assim foi possível conseguir algumas fotografias próprias e recomendações de não seguir pedalando nas rochas da encosta do mar porque era perigoso.

Naquele descampado já dava pra se ter uma visão de cima, ao longe se via a praia mole e galheta.



Peguei uma sub-trilha à direita e continuei o pedal subindo em direção ao topo.



Em certo ponto a trilha acabou se esvanecendo no matagal.



Fiquei na dúvida de devia seguir em frente ou não, a bicicleta estava sendo engolida pelo mato.




De certa forma a única maneira de se caminhar com segurança e longe de serpentes era pulando de rocha em rocha ou pedalando.

Fui pulando ao ponto mais elevado onde avistei com mais precisão a praia do Gravatá.



Enfrentei a trilha evanescida pedalando algumas centenas de metros quase às cegas no meio do macegal até concluir que eu não chegaria a lugar nenhum.

Assim mesmo aquele pedal nas macegas rendeu uma vista panorâmica da Lagoa da Conceição diferente dos padrões a quais eu estava acostumado a ver.



Voltei para a trilha de areião pedalando rápido; desci o morro com cuidado e praticamente sem colocar o pé no chão.

Para fazer um reconhecimento ao derredor do morro pedalei lentamente até a praia da Joaquina.

Retornei pelo Canto da Lagoa num pedal alucinante, em meia-corrida com outro ciclista de capacete que passou por mim a todo pano olhando para trás como a dizer: Vamos nessa!

Distancia pedalada: 30 km
Vmáx: 62 km/h



Gravatá Hill

On the way to the Mole and Barra da Lagoa beach by the Journalist Manuel de Menezes road there is a subtle track camouflaged in a climb of concrete.

In google earth the track seemed to cross a clean field and be from easy to moderate difficulty.

Already in the beginning it was not as easy as appeared. The rocky terrain with red sand hindered the rise.

With the abundant shade and water still cold in my bottle I stopped to reprogramate neuro-linguistically the pedal, because the tour would not be as simple as planned.

Hardly I went up on the hill to get a open place where there was an armed man cutting pins with a big knife and a screensaver in his face. Thus it was possible to get some own photographs and some suggestions to not follow the pedal in the rock near the sea because it was dangerous.

From there we could see the Mole and Galheta beaches.I took a sub-track on the right and continued to cycle up until enter into scrub where the trail appeared finish.

I was in doubt, if I must go ahead or not, me and the bicycles were being swallow by scrub. In some ways the only way to move safely and away from snakes was leaping from rock to rock or pedal. And so I went leaping to the highest point where I could sight more precisely the beach of Gravatá.

Returning to the bike I faced the almost hide trail into scrub in a almost blind cycling in scrub hundreds of meters to conclude that was not going to anywhere. The profit of the pedal in scrub was a panoramic view of Lagoa da Conceição in a different way from the patterns which I was accustomed.

I returned to the track and thus went down hill practically without putting the foot on the floor. To make a recognition around the hill I cycled slowly to the Joaquina beach.

I came back by Canto da Lagoa in a fast pedal, in a half-race with another cyclist of helmet that had passed very fast by me looking back as to say: Let’s go!

Distance cycled: 30 km
Vmax: 62 km / h

quinta-feira, dezembro 13, 2007

Morro da Cruz

(in english after the portuguese)



Aquele morro chama a atenção pela quantidade de antenas.
Não é como os outros morros de Florianópolis, a maioria verdes até o topo e aparentemente inacessíveis por terra. É um morro central e civilizado, tem asfalto para se pedalar e deveria oferecer uma visão panorâmica do centro da cidade.

Nas proximidades de Saco dos Limões já pude avistar com mais detalhes o morro da Cruz ao longe.


No caminho pedi informações de como subir o morro a partir do Saco dos Limões e um jovem disse que o melhor seria ir até o Mac Donald’s da Av. Beira mar e de lá subir.

Avistei um ônibus que se desviou do caminho normal para o centro e fui de atrás, através desse desvio de rota não passei por dentro do túnel e sim sobre ele entre um casario e vielas elevados, com boa visão panorâmica.


Nunca vi um ônibus coletivo subir aclives daquela monta em lugar nenhum. O guidom chegava a empinar nos paralelepípedos, para subir pedalando tive de ir em zigue-zague.
Uma das vielas acabou numa escadaria de mil degraus que me causou espanto. Parecia a boca do inferno e aquilo me deu vertigens. Um cachorro tentou me morder. Pequeno mas valente, depois de uma conversa ficamos amigos.



Fui desembocar no centro do outro lado e perpendicularmente ao túnel. Passei pelo mercado publico e brique municipal, parei na estação rodoviária onde infelizmente comprei passagens de volta a Porto Alegre para a semana que vem.


Dali segui pela Avenida Beira mar até o MacDonalds onde dobrei à direita e comecei a subir. Sem querer me embretei no morro do Horácio, vim saber depois que é um local considerado perigoso pelos habitantes de Floripa.
Um labirinto de vielas onde através de informações prestada por um pessoal simpático e prestativo fui sair na Avenida do Antão que vem das proximidades do Shopping Center Beira mar e vai até o alto do Morro da Cruz.



Subindo quase sem parar mais um trecho no asfalto sinuoso e íngreme finalmente alcancei o topo do morro.



O lugar tem uma boa estrutura e é seguro, apesar de haver garotos pobres pedindo esmola no acesso aos mirantes. Dispõe de uma lanchonete que fica aberta inclusive à noite. De dia o visual é magnífico, à noite deve ser surreal.
Para facilitar a visão lá do alto eles colocaram um grande binóculo rotatório a disposição dos turistas num dos mirantes.



Parei num dos prédios das repetidoras de televisão para pedir informações de como descer diretamente até as imediações do Saco dos Limões.


A opinião foi unânime de que eu deveria descer pela Avenida do Antão, pois por outra rota eu deveria obrigatoriamente passar pela localidade de Caieira onde eu poderia perder até o capacete mesmo sendo dia claro. Não desconfiava que haviam locais desse tipo em Florianópolis.
Portanto voltei pela Avenida do Antão a alta velocidade ate a Avenida Mauro Ramos de onde pedalei mais uns 20 km para chegar ao final do passeio.

Distância pedalada: 47 km
Vmáx: 73 km/h


Cross Hill
That hill calls attention by the amount of antennas. It is not like other hills in Florianopolis city, most are green from the basis to the top and apparently inaccessible by land.
It is a central hill and civilized, has asphalt to ride and should offer a panoramic view of the downtown. In the vicinity of the “Saco dos Limões” I could sight in more detail the hill target by distance. I climbed cycling on top of the passageway on the road to take a picture.
On the way I requested information to a guy about how to climb the mountain from the “Saco dos Limões” and he said that the best would go to the Mac Donald's in Beira Mar Avenue and from there climb.
Going to downtown I met a bus going up a slope and followed it, so I didn´t go by inside the tunnel that leads to the downtown, but over it between narrow streets and houses high elevated, with good overview.
I never saw a collective bus rising climbs of that angle anywhere. The front wheel of the bicycle became to go up so to climb I had to ride in spiral.
In the end of one of the narrow streets I met a staircase made with thousand little steps that made me dizzy. It seemed the mouth of hell and that thing gave me vertigo. A dog tried to bite me. Small but valiant, after a conversation we made friendship.
I reached the downtown on the other side and perpendicular to the tunnel. I passed by the public municipal market, stopped at the bus station where unfortunately I bought tickets back to Porto Alegre city for the next week.
From there I followed by the Beira Mar Avenue to the MacDonald’s where turned to the right and began to rise and entered in the Horacio hill, where i knowed later that it is considered dangerous by local residents of Floripa.
A labyrinth of narrow streets where through information provided by a friendly and helpful folk I arrived in Antão Avenue that comes from the vicinity of the Beira Mar Mall and goes to the top of the Cross Hill.
Cycling almost without stopping this excerpt in asphalt, finally reached the top of the hill.
The place has a good structure and it is safe although there are poor boys asking for coins in access to belvederes. It has a café which is open even at night. From day the visual is magnificent, in the night should be surreal.
To facilitate the vision from on high they placed a large binocular rotating to help the view of tourists in one of belvederes.
I stopped in one of the buildings of Television antennas to ask for information on how to fall directly to the vicinity of the Saco dos Limões. The unanimous opinion was that I should take the Antão Avenue again, because by another route I should necessarily go through the place called Caieira where I could lose also my helmet even thought it was day. I never thought that existed such called dangerous sites in Florianopolis city.
So I returned the Antão Avenue at high speed until the Mauro Ramos Avenue from whereI cycled more 20 km to reach the end of the ride.

Distance cycled: 47 km
Vmax: 73 km/h

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Morro do Campeche

(in english after the portuguese)



Continuando o ciclo de pedais em Florianópolis, hoje subi o morro do Campeche, também chamado morro do Lampião.
Esse morro vinha me chamando atenção há meses pela localização estratégica a qual poderia oferecer uma visão panorâmica de quase toda a região do Campeche e Rio Tavares.





Pedalei na rua Pau de Canela e depois segui até o final da servidão Brasiliano onde havia um pontilhão de madeira escondido no mato. Logo adiante uma trilha bastante íngreme quase oculta pela vegetação.



Nesse trecho entre a vegetação e pedra o cicloturismo se transfigurou num misto de montanhismo e malabarismo.
Impossível até de se carregar a bicicleta nas costas devido à trilha ser uma valeta estreita de elevada inclinação guarnecida por galhos e vegetação tomando conta do caminho.
Era quase obrigatório subir rastejando trazendo a bike dependurada pela roda dianteira.
Felizmente tive um alento, pois esse trecho foi curto. Deparei-me perpendicularmente com uma trilha larga de terra vermelha e pedras sujas que vinha não sei de onde e com certeza iria para o alto do morro.



Subida quase ininterrupta com curvas em todos os sentidos, pedal dificílimo pelo terreno arenoso de elevada inclinação, era fácil de cair um tombo feio até subindo.



Assim fui naquele pedal solitário e lento morro do Lampião acima, derrapando nas pedras, ora caminhando, ora pedalando.



Lá no alto havia uma torre e um rochedo sobre o qual pude ter uma visão panorâmica de parte de Rio Tavares e praia da Joaquina e também da ilha do Campeche.







Depois de algum tempo sentado no rochedo, bebendo água da caramanhola e observando a paisagem, despenquei lá de cima até a boca da trilha no meio do mato surpreendentemente quase sem colocar o pé no chão.
Voltei às ruas do Campeche com cerca de 4 km pedalados em 2 horas que pareceram 40 km.


Campeche Hill

Continuing the cycle of pedals in Florianopolis, today I climbed the Campeche hill, also called the Lampião hill.
This hill was calling me attention months ago by the strategic location which could offer a panoramic view of almost the entire region of Campeche and Rio Tavares.
I cycled on the Pau de Canela street and then follow by the end of Brasiliano street where there was a small rustic bridge of wood hidden in the bush. Once below a trail rather steep almost hidden by vegetation.
In that stretch between vegetation and the stone the bicycle tour changed in a mix of mountaineering and equilibrium. Unable even to pedal, push or to load a bicycle in the back due to be a lined hole close track of high inclination surrounded by branches and vegetation of rainforest taking account of the way. It was almost obligatory crawling up bringing the bike laid by the front wheel. Fortunately I had a rest, because this portion was short. I met perpendicularly a large trail of red earth and soiled stones which I didn´t know from where it came but certainly would go to the top of the hill.
Rises almost uninterrupted with curves in all directions, pedal difficult by the sandy land of high pitch, it was easy to fall down climbing so imagine going down.
So I went in solitary and slow pedal Lampião hill above, sometimes walking, sometimes cycling. There was a tower on top and a rock on which could have a panoramic view of part of Rio Tavares and Joaquina beach and also the island of Campeche.
After some time sitting on the rock, drinking water that I had carried with me, and watching the landscape, I fell down cycling from top to the mouth of the trail in the middle of the bush, surprisingly almost without putting the foot on the floor. I returned to the streets of Campeche with about 4 km cycled in 2 hours that seemed 40 km.