quarta-feira, setembro 20, 2006

Ernesto Alves e Arredores - Última Parte

(in english after the portuguese)

Ernesto Alves e Arredores - Última Parte

Nem tudo anda sobre duas rodas. Nos dias seguintes fomos de caminhoneta até lugares onde poderíamos ter ido de bicicleta: percorremos estradas nos pampas, retornamos ao pilão d'água, visitamos o mirante dos Minuzzi nos altos do morro Chapadão.

Pedalamos relativamente pouco sim, mas não medimos a qualidade do pedal pela distância percorrida e sim pela satisfação psicofísica, que é fruto de muitas variáveis e ainda não há ciclocomputador que a compute. Estávamos satisfeitos com dois dias de pedal e pedalar mais seria um desprazer, quiçá um exagero.

Sou um observador que pedala, um aprendiz de cicloturismo; o ciclismo não é meu ofício. A bicicleta para mim é um instrumento de lazer e descontração, por isso normalmente não passeio por dever. Com suficientes encargos reais no cotidiano, não haveria lógica em se criar obrigações rígidas através do lazer.
Meus compromissos ciclísticos são poucos e maleáveis. São todos baseados em estratégias simples, suficientes para que eu possa chegar ao destino pelo caminho mais curto. Esse caminho mais curto não significa que seja o caminho de menor distância, e sim o de menor resistência. E o caminho de menor resistência não significa que seja o mais fácil, e sim o que mais se adapte à estratégia, e que proporcione maior segurança e satisfação psicofísica.
Há algum tempo eu acreditava que a sensação de bem estar e leveza durante e depois os passeios ciclísticos provinham unicamente de substâncias químicas endógenas liberadas no pedal. Assim, de forma simplificada, eu passei a acreditar que a endorfina liberada nas subidas e a adrenalina liberada nas descidas era o ópio dos ciclistas.
Mas a experiência me fez descobrir um outro fator envolvido no processo da geração do bem estar e leveza: o fator psíquico.
A bicicleta é um instrumento simples e versátil. Sendo um meio de transporte, não nos permite transportar muita coisa a não ser nós mesmos e no máximo tudo o que possa caber num alforge.
Como a bicicleta é veículo de propulsão humana o peso transportado por ela é inversamente proporcional à leveza do pedal.
Quando pedalamos incorporamos por identidade o espírito da bicicleta - simplicidade, versatilidade e leveza. Se por acaso existe alguma preocupação ou pesar corriqueiro, necessariamente os deixamos em algum outro lugar, não há espaço nem vantagem de se carregar peso excedente.

Por isso, apesar do cansaço, da fome, da chuva, da escuridão, das dúvidas, dos trabalhos, dos percalços, nosso passeio por Ernesto Alves e arredores foi gratificante. Não havia cargas, os caminhos eram bucólicos, fugimos de nossos hábitos mentais rotineiros e pedalamos leves.



Pilão d'água



Enchente no rio Rosário cobriu uma ponte



Mirante dos Minuzzi



Igreja nos altos do morro Chapadão



Casa em Ernesto Alves



Ruinas de uma das casas dos primeiros imigrantes italianos



Poço do oleiro no rio Rosário



Bar em forma de barco às margens do rio Jaguari



Jaguari - entrada da cidade

Ernesto Alves and Surroundings - Last Part

Not everything goes on two wheels. In the next day we went by a pick up truck until places where we could have gone by bicycle: we covered roads in Pampas, we returned to the water pylon, we visited the mirant of the Minuzzi in the high of the Chapadão mount.
We were satisfied with two days of pedal and to cycle more would be a displeasure, maybe cycle too much. We cycled relatively few yes, but we do not measure the quality of the pedal for in the distance covered and yes for the satisfaction physical and psychic.
The satisfaction is fruit of many variable and it does not have cyclocomputer that computes it.

I am an observer who cycles, an apprentice of cyclotourism; cycling is not my job. The bicycle for me is instrument of leisure and relax, so normally I do not stroll by obligation. With enough real incubencies in the day by day, it would not have logic in if creating rigid obligations through the cyclotourism. My cycling commitments are few. All are malleable and based in simple strategies, enough to me arrive at the destination for the shortest way. This shortest way does not mean that it is the way of lesser distance, and yes of lesser resistance. And the way of lesser resistance does not mean that it is the most easy, and yes that is more adapted to the strategy, and that provides greater security and satisfaction .

Some time ago i believed that the sensation of welfare and the slightness during and later the bicycle strolls came solely from set free endogenous chemical substances in cycling. Ina simplified way, I believed that the set free endorfina in the ascents and the set free adrenalin in the descendings was the opium of the mountain bikers. But the experience made me to discover that there is another involved factor in the process of the generation of the welfare and the slightness: the psychic factor.
The bicycle is a simple instrument. Being a way of transport, it does not allow us to carry much thing unless ourselves and in the maximum everything that can put inside a small bag. Also
the weight is inversely proportional to the slightness of the pedal .
When we cycle we incorporate the spirit of the bicycle, simplicity and the versatility.
Therefore if I have some concern, or sadness, necessarily I leave them in some place, because cycling there is nor space neither advantage in carrying much thing.

Thus, although the fatigue, of the hunger, rain, the darkness, the doubts, the works, the profits, our stroll was rewarding. We were without loads, we had not space for sadnesses and concerns, we ran away from our routine and mental habits and cycled light.

domingo, setembro 17, 2006

Ernesto Alves e Arredores - Quinta Parte

(in english after the portuguese)

Ernesto Alves e Arredores - Quinta Parte



Pedalamos um bom tempo naquela estrada deserta até chegarmos na fazenda.

Os peões todos paramentados de bota e bombacha estavam próximos ao galpão.

-Boa tarde!
-Buenas!
-Saberiam nos dizer onde fica o pilão d’água?
-É lâââ para aqueles lados. Peguem a estrada e sigam até um mata-burro. Ali vocês entram à direita e se vão.

Pedalamos mais um tempo em silêncio observando a imensidão dos campos. O relevo e a vegetação da região eram diferentes do trecho serrano entre Jaguari e Santiago, onde os descendentes de italianos e poloneses criam porcos e galinhas, plantam frutas e hortaliças nos seus minifúndios. Estávamos pedalando agora nos pampas, uma paisagem semelhante aos campos de cima da serra, onde existem grandes latifúndios e cuja atividade econômica principal é a criação extensiva de gado de corte.

Enfim chegamos ao mata-burro. Vimos outra fazenda ali perto e fomos até ela para pedir informações.
A água tinha acabado, e eu comecei a pensar na alimentação. Tínhamos pedalado uns 11 quilômetros naquela estrada e já passava das duas horas da tarde.

- Boa tarde. Onde fica o pilão d’água?
- É lá para aqueles lados.
- Está muito longe?
- Não muito.
- Vocês vendem queijo ou salame?
- Não temos essas coisas.

Seguimos o pedal, a estrada e o relevo foram ficando cada vez mais irregulares. Avistamos outra fazenda ao longe. Fomos até lá espantando rebanhos de gado e ovelha que havia pelo caminho.



Falamos com o capataz depois de sermos recepcionados por uma cachorrada simpática.

-Boa tarde! Onde fica o pilão d’agua?
-Vocês querem fazer o quê lá?
-Vamos dar uma olhada. Não foi fácil chegar até aqui de bicicleta. Não vamos demorar. Por acaso vocês vendem queijo ou salame?
- Não vendemos isso. Mas podem ir até o pilão, só não demorem. Passem aquele mata-burro, andem uns cem metros, entrem à esquerda num campo. Vocês vão passar por um açude. Sigam pelo campo. O pilão fica a dois quilômetros e meio daqui.



Assim fizemos. Passamos o mata burro, pedalamos uns cem metros, entramos no campo, passamos o açude.
Mas a trilha no campo acabou numa cerca.



Notei que o Alberto estava visivelmente cansado. Era quase três horas da tarde e comecei a sentir fome. Comi um limão, ofereci outro para o Alberto e ele recusou. Ele trazia umas duas barras de cereais na mochila, mas estávamos guardando elas para alguma emergência, tipo hipoglicemia.

Voltamos para a estrada.

- Deve ser um pouco mais adiante.

Pedalamos mais um quilômetro na estrada e não havia mais trilhas visíveis no campo.

Resolvemos voltar e falar novamente com o capataz.

Para voltar havia uma subida, o Alberto foi ficando para trás. E para piorar a situação, começou a cair pingos d’água esporádicos.

Cheguei de volta na fazenda, o Alberto vinha bem atrás. Fiquei preocupado. Normalmente ele pedala na frente.

Então falei com o capataz.

- Não achamos o pilão d’água e a gasolina acabou.
- Gasolina?
- Vou ser franco. Não almoçamos pensando que seria fácil de chegar aqui. O nosso combustível é comida. Por acaso o senhor não teria um prato de arroz para nos vender? Pode até ser frio, sobra do almoço, nem precisa esquentar.

-Mas é claro que temos! Vamos passando para o galpão, vou trazer algo para vocês comerem!

O Alberto chegou logo depois com uma cara de fome e cansaço.

-Alberto! Consegui comida! Vamos para o galpão.

O galpão era um típico galpão de estância, desses que a gente lê nas poesias do Jaime Caetano Braun.

“Sala grande, chão batido
onde passei minha infância
querido galpão de estância
que foste um dia meu lar,
hoje aqui venho rezar,
saudoso dum teu afago,
catedral xucra do pago,
de joelhos, no teu altar”


(Trecho de“Galpão de Estância” de Jayme Caetano Braun)

Ali havia um senhor de idade pilchado, tomando mate sentado num banco.

-Buenas! Fiquem à vontade, o seu Paulo foi pegar a comida.

O seu Paulo era o capataz. Havia uma cozinha atrás do galpão. Ele voltou de lá trazendo duas grandes panelas fumegantes, voltou e trouxe mais outra. Largou-as sobre uma mesa de pau onde ele já tinha colocado pratos e talheres.

-Comam a vontade!

Comemos em silêncio dois pratos cheios cada um. Tinha um arroz, feijão com grandes pedaços de couro de porco, e uma carne de panela com mandioca e batata de sabor inigualável.

- Não precisava tanto! Mas o caminho para o pilão d’água é por ali mesmo?
- É aquele mesmo.

Comecei a me preparar para voltar lá. O Alberto sentou numa cadeira forrada com pelego, e eu já de capacete e luvas.

-Vamos?
-Pode ir que eu vou ficar por aqui mesmo.

No mesmo instante começou a cair uma garoa forte.

-Agora surgiu mais outro motivo para eu não ir.
-Então eu vou sozinho. Se eu não voltar em três horas, manda alguém me procurar.
-Pode ficar tranqüilo, mandarei um helicóptero.

Voltei ao local onde havíamos nos perdido.
Passei a bicicleta para o outro lado da cerca e depois comecei a pedalar numa descida no campo. Fui em direção a um mato que eu via ao longe.
Avistei uma porteira, pedalei até lá e então pude ver marcas de veículos na grama. O caminho deveria ser por ali.

Desci um trecho relativamente longo até chegar num matagal. A chuva tinha abrandado um pouco.
Entrei pedalando num mato fechado, ouvi um rumor de águas mais à frente. Fui me aproximando e achei um lajeado onde larguei a bicicleta.




Caminhei um pouco e subi nas pedras mais altas. O que vi foi um tanto assustador: uma espécie de cânion inundado pelas águas de um rio profundo.
Era um cenário diferente, coisa de se espantar, especialmente quando se está sozinho, longe de tudo, e o tempo é chuvoso.
Tirei várias fotos e não me demorei muito naquele lugar.











Subi com sofrimento a trilha no campo, mais empurrando a bicicleta do que pedalando. Chegando de volta na fazenda encontrei o Alberto sentado num banco, proseando com o capataz.
-Alberto, lamento, mas tu perdeste a chance de ver uma coisa impressionante!

Nos preparamos para ir embora. O Alberto colocou o capacete e fomos nos despedir do seu Paulo.

- Quanto custa o almoço e tudo mais?
- Não custa nada!

Depois de muita insistência deixamos um dinheiro com o seu Paulo. Voltamos pedalando na chuva que ficava cada vez mais forte, o Alberto ficou para trás. Esperei-o nas proximidades do aeroporto, debaixo de uma árvore.

O Alberto estava sem freio traseiro, havia perdido uma balaca no pedal do morro Chapadão. Eu estava com a suspensão travada. Por isso tinha sugerido que passassemos numa oficina de bicicletas antes de voltarmos para Ernesto Alves. Eu precisava ir até a cidade também para comprar uma bomba de chimarrão e xarope para tosse.

Pensei que ele pararia sob a árvore. Mas ele passou direto, dizendo que seguiria para casa o mais rápido possível, sem parar em lugar nenhum. Seu moletom de algodão estava encharcado. A bicicleta embarrada. A chuva era forte.

-Então segue que eu vou depois.

Fui para a cidade pedalando debaixo de chuva intensa. Comprei o xarope e a bomba de chimarrão. Parei num bar em frente ao hospital e tirei a jaqueta tida por impermeável. Ela estava encharcada. Tomei um café forte enquanto esperava a chuva passar.

Assim que a chuva abrandou peguei a bicicleta e parti pedalando o mais rápido possível para Ernesto Alves. Era quase cinco horas da tarde e eu tinha de pedalar trinta quilômetros.

Voltou a chover forte. O asfalto parecia um riacho. Os caminhões que passavam quase me derrubavam da bicicleta. Eles me jogavam água com força; chegou a entupir meu ouvido esquerdo.

Mesmo assim não desanimei, e pedalei forte. No meio do caminho parei na “casa do maristão” para comprar uma garrafa daquela bebida parecida com quentão.

Cheguei na casa do maristão, abaixo d’agua. Havia um pessoal carneando um porco dentro dum galpão.
Devem ter achado no mínimo estranho ao me verem chegar ali daquele jeito: encharcado, roupas e luvas pretas, capacete azul, óculos de proteção, pedalando uma bicicleta amarela, feliz da vida, querendo comprar maristão.

-Sirva-me uma prova antes, por favor.

A prova foi mais de meio copo.

Cheguei em Ernesto Alves quase de noite.
O Alberto disse que já estava ficando preocupado com minha demora.
Contou que furou um pneu no caminho e que depois pedalou vinte e três quilômetros torcendo para que não furasse outro. Ele só tinha uma câmara de reserva.

Lavei a bicicleta e coloquei roupas secas. Olhei o ciclocomputador; tinha pedalado 90 quilômetros naquele dia.

-Estou satisfeito. Por mim a gente não pedala mais nesse feriado.
-Boa idéia! Concordo contigo.

Tomei xarope para tosse, enchi um copo de maristão, peguei o violão:

"Bicycle bicycle bicycle
I want to ride my bicycle
bicycle bicycle
I want to ride my bicycle
I want to ride my bike
I want to ride my bicycle
I want to ride it where I like"

(Bicycle Race - Queen)

(continua)


Ernesto Alves and Surroundings - Fifth Part

We cycled for a good time in that desert road until arriving in a farm. The gauchos
all wearing typical clothes, boots, hats, and “tirador", were next to the ranch.
- Good afternoon!
- “Buenas!”
- Could you tell us where is the water pylon?
- It is theeeere! You need take the road and follow until a “killer-donkey”. There you need enter to the right and after go ahead.


We cycled for some time in that almost plain road.
The relief and the vegetation of the region were different of the stretch between Jaguari and Santiago, where the descendants of Italians and Poles create pigs and hens, plants fruits and vegetables in its small farms. We were cycling now in Pampas, a similar landscape to the fields from above of the mountain range, where exist really big farms and whose main economic activity is the extensive creation of cut cattle.

At last we arrives in the “killer-donkey”, we saw a farm there close and we went there to ask for information. My water had finished, and I started to worry about the feeding. We had cycled 10 kilometers in that road. It had passed of the two hours of the afternoon yet.
- Good afternoon. Where it is the pylon of water?
- It in that direction.
- It is very far?
- Not very.
- Do you have cheese or sausage to sell?
- We do not have these things.

We followed the pedal. The road was being each time more irregular, the relief also. At last we saw another farm.
We went until there frightening flocks of cattle and sheep that had for that way. After being recepcioned for a lot of likeable dogs of the collie bread, we talked with the foreman of the farm.

- Good afternoon! Where it is the pylon of water?
- What do you want to make there?
- We go to give one looked at. It was not easy to arrive until here of bicycle. We do not go to delay. By chance vocês does not sell cheese or sausage?
- We do not sell them. But you can go until the pylon, but don´t delay. You need pass that killer-donkey, walk one hundred of meters, you enter to the left, in a field. So you pass for the side of a dam. Follow for the field. The pylon is o so two kilometers from here.
Thus we made. We passed the “donkey killer”, we cycled one hundred meters, we passed by the dam. But the road finished, and we finished in a fence. I noticed that the Alberto it was visibly tired. It was almost three hours of the afternoon and I already was with hunger. I ate a lemon, I offered another one for the Alberto and he refused it. He had two bars of cereals with it, but we were keeping them for some emergency, in some case of hipoglycemie.
- We came back toward the road.
- It must ahead.

We cycled more one kilometer, and saw nothing, so we decided to come back and to speak again with the foreman.

To come back there was an ascent. The Alberto was becoming backwards. And to worse the situation, started to rain sporadically.
I arrived in the farm. Alberto was distant from me. I was worried about him. Normally he cycle in front of me.
Then I spoke with the foreman.
- We did not find the water pylon, and the gas finished.
- Gas?
- I am going to be clear. We did not lunch, thinking that it would be easy to arrive here. Our fuel is food. By chance, don´t you have a plate of rice to sell us? It can be cold, don´t need to hot it.
- Surelly we have! Let´s go passing until the shed, I am going to bring something to you eat!
Alberto arrived later with a face of hunger and fatigue.
-Alberto! I obtained food! Let´s go to the shed.
It was a typical ranch farm of gauchos, like that you can read in the poetries of the Jaime Caetano Braun.
“Great room, beaten soil where I passed my infancy
wanted ranch shed, that you were one day my home,
today I come here to pray, longing you yours I fondle,
cathedral xucra of my land, of knees, in your altar”

(Stretch of “Shed of Ranch” of Jayme Caetano Braun)

There were a old man wearing typical clothes of gaucho, taking chimarrão seated in a bank
Buenas! You are wellcome, Mr Pablo went to the kitchen ttake some food to you.
Mr Pablo was the foreman. There were a kitchen behind the shed.
He came back from ther bringing two great smoky pans, came back and brought plus another one. He released them on a wood table where he had already placed plates with kinifes and forks.
- Eat what you want!
We ate in silence two full plates each one. There were rice, beans with great pig leather pieces, and a meat with cassava and potato of a good flavor.
- It was not necessary so much! But the way for the water pylon is that same way you told us?
- Yes, it is.

I started to prepare myself to come back there. Alberto seated in a chair lined with pelego, and I was with helmet and gloves yet.
- Let´s go to pylon?
- You can go, but I am going to stay here.
In the same instant became to rain again.
- Now I appeared plus another reason to me stay here.
ot to go.
- Then I am going alone. If I not to come back in three hours, orders somebody to look for me.
- Don´t worry, I will order a helicopter.

I came back to the place where we had lost the way, I faced that fence. I passed the bicycle for the other side and later I started to cycle in a descending, in the field, in direction to weeds that I could see far away. I sighted a gate, I went until there and then I could see marks of vehicles in the grass. The way would have to be there.
I went down a relatively long stretch until arriving in a mass of weeds. Rain had softened a little. I entered in closed weeds cycling after i heard a water sound ahead.
I went approaching me until face a place paved with flagstone. I released the bicycle in the rocks.
I walked a little and what i saw were frightful. A species of canion flooded by waters of a deep river. An atypical scene, thing of if frightening, especially when we are alone, far from everything, and the time is rainy.
I took off some photos and I did not delay myself very much in that place. I went up with suffering the track in the field, more pushing the bicycle than cycling.

Arriving in return in the farm I found Alberto seated in a seat lined with fur of sheep, talking with Mr Pablo.
- Alberto, it is a pity, but you lost the possibility to see a fenomenal thing!
Then we prepared ourselves to go away. Alberto placed the helmet and we asked to Mr Pablo:
- How much costs the lunch and everything?
- Cost nothing!

I released some money in the chair. We came back cycling in the rain that was each time stronger. Alberto was backwards. I waited him in the neighborhoods of the airport, underneath of a tree.
Alberto was without back brake, she had lost it in the last day, and I was with the stopped suspension damaged. Therefore I suggested for us pass a workshop of bicycles in the city before coming back toward Ernest Alves. I needed to go until the city also to buy a metal straw of chimarrão, and some medicine for cough.
I thought that he would stop under the tree, but he passed rectum saying that he would follow direct, the faster it could be possible, for the house, without stopping in any place. Its jacket of cotton was very weat. The bicycle was mooded. Rain was strong.
- Then follows ahead that I go later.
I entered in the city cicling under hard rain. I bought the medicine and the metal straw for chimarrão. I stopped in a bar in front of the hospital and took off the jacket, had for impermeable, all wet.
I took a strong coffee while i waited to pass the heavy rain.
As soon as rain softened i caught the bicycle and cycled as faster as possible to Ernest Alves. It was almost five hours of the afternoon and I had to cycle thirty kilometers in rain.

The rain came back to fall hardlly. Asphalt seemed a stream. The trucks that passed form me almost knocked down me of the bicycle, therefore they played water in torrents. The water obstructed my left ear.
I did not discourage, cycled strongly and in the way i I stopped in the “house of the maristão” to buy a bottle.
I arrived in the house of the maristão, under the rain. They were killing a pig there under inside a house.
They must have found me at least strange to seeing me to arrive in that way: under rain, black clothes and gloves, blue helmet, eyeglasses of protection, cycling a yellow bicycle, and still wanting to buy that candy and fort drink, happy with life.

-Could you give me a test of maristão?
The test was more than half cup.
I arrived in Ernest Alves almost at night. Alberto told he was being worried about my delay. He told he had pierced a tire in the way and that he cycled almos all the thirty kilometers twisting do not pierce another tire.He had only one chamber of reserve.

I washed the bicycle, and placed dry clothes.

- I am satisfied. For me we dont´t cycle more in this holiday.
- Good idea! I agree with you.
I drank the medicine for the cough, I fulled a cup with maristão drink, and took the guitar:


Bicycle bicycle bicycle
I want to ride my bicycle
bicycle bicycle
I want to ride my bicycle
I want to ride my bike
I want to ride my bicycle
I want to ride it where I like

(Bicycle Race - Queen)


(it continues)

sábado, setembro 16, 2006

Ernesto Alves e Arredores - Quarta Parte

(in english after the portuguese)

Ernesto Alves e Arredores - Quarta Parte

Acordamos mais tarde do que no dia anterior. O pedal da véspera tinha nos deixado um pouco cansados. Pedalar na serra por estradas de terra e trilhas sem dúvida é mais extenuante do que pedalar no asfalto.
Tomamos café com a morcilha, o salame e a perada trazida da tenda do Sacilotto.

Por questões de segurança troquei o pneu semi-slick dianteiro por um borrachudo da marca GT. Pela segunda vez eu tinha rasgado um pneu daquela outra marca. Por sorte nas duas vezes eu pedalava a baixa velocidade.

Prontos e equipados, saímos pedalando devagar pelas ruas de Ernesto Alves. Nosso próximo destino seria Santiago do Boqueirão.



Pedalamos dois quilômetros numa estrada de chão e entramos na BR 287. Seguimos para o norte.

Existe uma subida longa que vai até a localidade de Picada do Funcho. Ali parei para tirar a jaqueta, beber água, e esperar o Alberto que havia parado no início da subida para tirar o moletom.

Estava mais quente que no dia anterior. A previsão meteorológica para aquele dia era de tempo nublado. Eu vestia o velho moletom de acrílico, que seca rápido e que pode ser usado confortavelmente tanto no calor como no frio. Sobre o moletom tinha colocado uma jaqueta tida por impermeável.

O Alberto passou por mim e seguimos o pedal entre uns pinheirais.




Entramos na localidade de Vila Branca por uma estrada de terra vicinal, passamos em frente a uma serraria antiga, onde o proprietário estava fabricando tábuas.
Fomos até um bolicho que fica na frente da igreja. Comprei uma vela e pedalei até o cemitério onde meus avós paternos estão sepultados.

O Alberto ficou falando com o coveiro enquanto eu acendia a vela no túmulo.

- Será que chove?

- Chove!

As previsões meteorológicas de gente do campo às vezes são mais confiáveis que as dos jornais e sites de meteorologia.

Realmente o tempo estava ficando feio e com cara de chuva.

Seguimos o pedal numa verdadeira montanha russa até chegarmos nas proximidades do aeroporto de Santiago, na entrada da cidade.



Eu pretendia visitar a barragem de Santiago e a famosa cascata Pilão d’água que a maioria dos santiaguenses conhece só de nome. O acesso ao pilão d’agua fica próximo ao aeroporto.

Parei no posto da polícia rodoviária e falei com o policial de plantão.

- Como faço para chegar ao pilão d’água?
- Tem que entrar naquela estrada que passa ao lado do aeroporto.
- É muito longe?
- Não sei, eu nunca fui lá. Parece que é proibida a entrada na fazenda, porque os proprietários querem preservar o local. Mas se vocês conversarem com eles, talvez eles deixem vocês entrarem.

Passava de meio-dia e não tínhamos almoçado. O tempo estava para chuva.
A visita à cascata era prioritária. Para tenta escapar da chuva, resolvi ir até o pilão d’água antes de entrar na cidade.
Como tínhamos tomado um café reforçado com aquela morcilha, salame e perada, poderíamos almoçar mais tarde.

Entramos no aeroporto para pedirmos mais algumas informações sobre distâncias, mas ninguém sabia de nada. Só sabiam que o pilão d’água era “lá para aqueles lados”.

- Logo ali adiante tem uma fazenda onde vocês podem se informar melhor.


Tiramos umas fotos dos aviões adaptados para fazerem pulverização nas lavouras, pegamos uma estrada de terra e iniciamos o pedal na direção do pilão d’água.





Havia um pé de limão carregado bem na beira da estrada. Eu não levava alimentos comigo e o mercado mais próximo talvez estivesse a alguns quilômetros na direção oposta. Por precaução apanhei três limões graúdos e coloquei na mochila.

(continua)



Ernesto Alves and Surroundings – Fourth Part

We woke up later than in the previous day. The pedal of the last day had tired us a little. To cycle in the mountain range in land roads and tracks is not so easy than cycling in asphalt.

We took coffee with “morcilha”, the "salame" and the sweet made with pears and sugar brought from the tent of Mr Sacilotto.
For security questions I changed the front half-slick tire for other one with other bread. For the second time I had torn a tire of the same mark. I was lucky because in the two times I was not in high speed.

Ready and equipped, we crossed the streets of Ernest Alves cycling slowly. Our next destination would be Santiago city (BR).

We cycled two kilometers in a soil road and we entered in BR 287 road. After we followed northward.

A long ascent exists there, and it goes until the locality of “Picada do Funcho”. There I stopped to take off the jacket, to drink water, and to wait for Alberto, who had stopped at the beginning of the ascent to take off jacket also.

The meteorological forecast for that day told that would have a cloudy weather. It was hotter than in the previous day.

I dressed an old shirt of acrylic, that dries fast and that can be used in such a way in the heat as in the cold. Over shirt I dressed a jacket that the seller told me it was impermeable.
Alberto passed for me and followed the pedal enter pines tree plantations in the neighborhoods of “White Village”.

- Let´s go enter there!

We entered in “White Village” by a land road, we passed in front of one old factory of boards of wood where the proprietor was manufacturing boards.

We went to one bar that there was front of the church. I bought a candle. We cycled until the cemetary where my paternal grandmothers and grandfathers are buried.

Alberto stayed there speaking with the grave-digger while I lit the candle in the tomb.
- Does it rains today?
- Yes it does!

The meteorological forecasts of people from the country sometimes are more correct than of periodicals and the sites of meteorology. The time was really being ugly and with rain face. We followed the pedal in a true goes up and down, until arriving in the neighborhoods of the airport of Santiago city, in the entrance of the city.

I intended to visit the barrage of Santiago and the famous cascade “water’s pylon”, that the majority of the people from santiago only knows by name. The access to the “water’s pylon” is next to the airport. I stopped in the rank of the road policy and spoke with the policeman.
- How can we make to arrive at the “water’s pylon”?
- You need enter that road that passes in the side of the airport.
- Is it far?
- I do not know, I never went there. It seems that the entrance in the farm is forbidden, because the proprietors want to preserve the place. Maybe if you talk with them, they allow you to enter there.

It was passed of noon and we had not lunchhed. The weather was for rain. The visit to the cascade was a priority. To try to escape of rain, I decided to go until the “water’s pylon” before entering in the city.
As we had taken a strengthened coffee with that one “morcilha”, “salame” and sweet of pear, we could lunch later.
We entered in the airport to ask for plus some information on distances, but nobody wise person could tell us. They only knew that the water pylon was there “for those direction”.

- Ahead there is a farm where you can get some information.

After we take some photos of the adapted airplanes to make spraying in the farmings, we catched a land road and we initiate the pedal in the direction of the “water’s pylon”.
There was a tree of a loaded lemon the side of the road. I was not carring foods with me. There was no market near.
For precaution took of three big lemons and put then inside the knapsack.

(it continues)

quinta-feira, setembro 14, 2006

Ernesto Alves e Arredores - Terceira Parte

(in english after the portuguese)

Ernesto Alves e Arredores - Terceira Parte



Continuando a história do passeio ciclístico, contornamos os morros e passamos pela localidade de Curuçu.
Pedalamos na BR 287 até a ponte em arco que cruza o rio Rosário.
Observamos a ponte ferroviária que fica a uma centena de metros rio abaixo. Há mais de vinte anos ela tinha sido transformada provisoriamente em ponte rodoviária por causa da enchente de 1984 que derrubou a ponte original da rodovia. O veículos passavam sobre tábuas colocadas nos trilhos até que fosse construída a nova ponte.

Descemos até uma gruta que fica às margens do rio, próxima da rodovia.
Assim como a gruta da Linha Um, ela também se chama Nossa Senhora de Fátima.

Essa gruta não é tão grande quanto a gruta da Linha Um, mas mesmo assim é bastante interessante. Uma bela imagem de Nossa Senhora ornamenta aquele local.







Seguimos adiante, passando pela ponte rodoviária.
Alguns metros logo mais a frente entramos numa estrada de terra que leva até a imponente ponte ferroviária. Fomos até ela empurrando as bicicletas nos trilhos.

Tiramos algumas fotografias, e ficamos elucubrando sobre como eles teriam concretado a ponte no local.
Parece que ela foi arquitetada por um engenheiro civil italiano chamado Caetano e construída pelo batalhão ferroviário do exército há mais de 60 anos. Isso segundo meu avô quase-centenário, que ajudou na construção da estrada de ferrro.





Saímos dali pedalando na ferrovia abandonada.

- Vamos pelos trilhos até encontrarmos uma estrada que cruza a ferrovia.

Eu nunca tinha pedalado numa ferrovia por uma distância maior que cinqüenta metros, e provavelmente não farei isso novamente. Não via a hora de encontrar a estrada.

Passamos por um pequeno pontilhão com os dormentes meio podres. Do alto dava para ver a “sanga da areia” com suas pedras redondas.



Depois de pedalarmos quase dois quilômetros na ferrovia - por um tempo que pareceu interminável - chegamos em uma estrada de terra que leva a uma localidade chamada Panelão.

Era uma estrada de terra tipo trilha, mas seus buracos e pedras pareciam asfalto de boa qualidade frente aos cascalhos e dormentes da ferrovia.



Pedalamos na estrada entre a ferrovia e o rio Rosário por um bom tempo. Volta e meia passávamos literalmente voando por cima de pequenos riachos.

Paramos numa casa à beira da estrada para pedir água.
Além de nos trazerem água gelada, nos ofereceram gratuitamente caldo de cana feito na hora.
Tomei um copo cheio de garapa, havia muitas lascas de cana no caldo, que engoli sem cerimônia. Eram mais de duas horas da tarde e eu estava começando a ficar com fome.
O proprietário da casa nos mostrou o seu alambique, nos ofereceu cachaça morna, recém destilada. Cachaça forte! Disse que vende milhares de litros por ano.



Turbinados, estávamos prontos para encarar o subidão ininterrupto numa estrada de pedra que vai até os altos do morro Chapadão.

No alto dos morros apareciam algumas torres de alta tensão.
- Vamos ter de subir até lá.
- Puxa!

Na subida do morro Ferrabrás, na serra do rio das Antas, e tantas outras subidas de arrepiar que passei nesses anos todos de parceria de pedal com o Alberto, nunca vi ele descer da bicicleta.
Excelente escalador ele faz proezas nas subidas com sua bicicleta de 27 marchas. Segue sempre sentado, alinhado e girando rápido.
Mas desta vez foi diferente. Pela primeira vez em todos estes anos vi o Alberto empurrando a bicicleta numa subida.
Pensei comigo mesmo: Que pena... vai chover... e o Alberto não pedala na chuva...

Empurramos as bicicletas até o fim da estrada de terra e pedra, na localidade de Chapadãozinho. Entramos novamente na BR 287, subimos mais um pouco pedalando no asfalto.

Enfim chegamos nos altos do morro Chapadão, na tenda do Sacilotto. Eram quatro horas da tarde.

- O que tem para comer?
- Salame, “murcia”, pão e queijo.
- Manda!

Serviram grandes pedaços de tudo um pouco. Comemos os três: eu, o Alberto e uma gata (bicho).
Acabamos levando para casa o que sobrou, junto com um naco de perada.
A sobra daria no mínimo para uns três cafés da manhã para dois ciclistas.


Depois de um copo de vinho tinto, despenquei do morro Chapadão.

No trevo da saída de Jaguari saí do asfalto e entrei a mais de 50 km por hora na estrada de terra que vai até a localidade de Fontana Freda e depois segue adiante para I Jucapirama.
A descida continuou por quilômetros a fio, até as proximidades da localidade chamada Marmeleiro.
Logo depois do Marmeleiro começamos a subir uma longa subida em curva que só terminou na Fontana Freda. Ali descemos até a “gruta da Fontana”. Havia uma escadaria no mato que levava até a gruta.



Saímos de Fontana Freda no crepúsculo. Pegamos uma estrada de terra e remorizamos um trator com reboque por um curto trecho. O termo "remorizar" foi criado pelo Alberto e significa agir de forma semelhante a rêmoras.

Foi um sobe e desce interminável num pedregal e no crepúsculo, até a localidade de Linha Sete. Ali constatei que a suspensão “RST Aerosa” da minha bicicleta estava danificada. Travou.


Era quase noite quando nos perdemos naquele mundo verde escuro semi-desértico.
Eu tinha passado por ali há uns três anos, mas a erosão e os inços haviam modificado a estrada que não parecia a mesma; estava transfigurada numa trilha.
Naquele ponto eu já não tinha mais certeza de nada.

Entramos num mato. Escureceu. O Alberto chegou a ouvir alguma coisa caminhando dentro dum riacho que margeava a trilha. Passamos naquele trecho dentro do mato sombrio a alta velocidade.

O terreno foi ficando arenoso.

- Pelo visto estamos no caminho certo. Nosso próximo destino é a localidade de Sanga da Areia!
- Consolo de Schopenhauer!

O caminho tomado estava certo. Chegamos na estrada principal, na localidade de Sanga da Areia que fica a seis quilômetros de Ernesto Alves. Vimos a lua cheia surgindo por trás dos morros por onde tínhamos passado.

Em pouco tempo estávamos em casa. Era quase oito horas da noite.
Tínhamos pedalado 78 km naquele dia.



Assim que tomamos banho fomos no bar do Tafarel. Havia várias pessoas por lá, uns parentes do Tafarel que estavam de visita, entre eles o seu Paulo, o nutricionista da casa.

Ele nos revelou o cardápio dos próximos dias.

- Amanhã vai ter carreteiro de charque! Domingo risoto! E vocês são nossos convidados!

Naquela noite nos serviram um manjar: churrasco de picanha, arroz, mandioca amarela, saladas.

- Mas Tafarel, eu disse que só um arroz com feijão e carne tava bom.

- Puxa, se vocês quiserem feijão a gente dá um jeito!

Na hora de ir embora fomos pagar a janta.

- Tafarel, quanto é?

- Não sei. Quanto vocês querem pagar?

(continua)


Ernesto Alves and Surroundings - Third Part

In BR 287 road there is a bridge in arc on the Rosary river. Before 1984 flood there was a straight line bridge in the place where is the new one. Today the skeleton of this old bridge is almost all submerged. They say that if it was not the colossal railroad bridge that is some hundreds of meters river below, the waters would have taken the old bridge. Its thick arcs of concrete would have insured the another bridge, avoinding it went away with waters. Because of the tragedy, the railroad bridge turned road bridge for some time. Until another bridge in the place was constructed, the cars and trucks passed on boards placed in the tracks. When the Rosary river fulls… “go away!”

Continuing the history of the pedal, we crossed the mounts, left the locality of Curuçu, entered in BR 287 and we went until the hooped road bridge. There we took photos of the railroad bridge, later we went down until a grotto next to BR 287 and to the edges of the river Rosary that, as to another grotto of where we were coming from, also calls Ours Mrs. Fátima.
A beautiful image of Ours Lady decorates that place. It does not have the big physical character of the other grotto, but it is also interesting.

We followed ahead, passing by the hooped bridge. Some meters soon ahead we entered in a land road that leads until the imponent railroad bridge. We went until the bridge pushing the bicycles in the tracks. Photographs, lucubrations on as they would have build the bridge in the place. It seems that it was planned by an Italian civil engineer called Caetano and constructed for the railroad battalion of the army more than 60 years ago. It tells my grandfather, almost-centenarian. He helped in the construction of the railroad.

We left there cycling in the abandoned railroad.
- Let´s go for the tracks until finding a road that crosses the railroad.
-
It had never cycled in a railroad for distances bigger that fifty meters, and probably never more I will make the same. It could did not expect to find a road.

We passed for a small bridge with the half rotten woods, from there was possible to see the “stream of the sand” with its round rocks back in low.

After we cycle almost two kilometers in the railroad, we arrived in a land road that leaded to the called locality Panelão. It was a road almost a track, but the holes and rocks seemed asphalt of the best quality front to gravels and woods of the railroad.

We cycled in the road half track between the railroad and the Rosary river for a good time. We returned and stocking we passed literally flying over small streams that cut the road.

We stoped in a house on the side of the road to ask for water. Beyond in them bringing frozen water, they offered “garapa” to us, sugar cane made in the hour. I drunk a full cup of garapa, had many chips of sugar cane in the broth, that I ate also, I was starting to be hunger. It was more than two PM.
The homeowner showed its still to us, and he offered fire water to us, just some hours ago distilled. Strong “Cachaça”! He told that he sells thousand of liters of “cachaça” per year.

Turbinated, we were ready to face the uninterrupted climb in a rock road that goes until the high places of the Chapadão mount.
In the high one of the mounts appeared some towers of high-voltage.
- We go to have to go up until there.
- Ohhch!

In the ascent of the Ferrabras mount, in the mountain range of the “river of the Tapirs”, and as much other hard ascents that I passed in these years all of partnership of pedal with the Alberto, never saw him going down of the bicycle. Excellent climber he makes feats in hills with its bicycle of 27 marches. He always follows seated, lined up, cycling fast.
But this time was different. For the first time in all these years i saw Alberto pushing the bicycle in a hill. I thought exactly with me: What a pity… it is going to rain… and Alberto don´t cycle under rain…

We arrived pushing the bikes in the end of the road of land and rock, in the locality of Chapadãozinho. We entered in BR 287 road, we went up more a little for new asphalt.
At last we arrived at the high places of the Chapadão mount, in the tent of the Sacilotto. It was 04 PM.
- What there is to eat?
- “Salame”, “murcia”, bread and cheese.
- That´s ok!

They served great pieces of everything. I, the Alberto and a female cat ate. We finished the meal with “perada”. We carroed the rest with us. It was enought to three coffees of the morning for two people.

After a cup of red wine tinto we followed down very fast down Chapadão mountt.
In the clover of the exit of Jaguari we left the asphalt more than 50 km/h fast and entered in the land road that goes until the locality of Fontana Freda and follows ahead for I Jucapirama.

The descending continued for kilometers, until almost arriving in the locality of Marmeleiro. Soon after the Marmeleiro started to go up a long ascent in curve that only finished in Fontana Freda.

There we went down until the “grotto of the Fontana”, had a staircase in the weeds that led until the grotto.

We left Fontana Freda in the twilight. We catched a land road, and remorizamos (to remorizar = to act like remora) a tractor with tow for a short stretch. Goes up and goes down interminable in a land of stones, in the twilight, until the locality of Line Seven. There I evidenced that the suspension “RST Aerosa” of my bicycle was damaged. It was hard.
It was almost night when we losed ourselves in that half-desert-like dark green world. I had passed in that way three years, but the erosion and the herbs had modified the road, did not seem the same one, had turned a track and I did not have more certainty we were in the right way.

We entered in weeds, become gloomy, Alberto told he had heared some thing walking in a stream that bordered the track. We passed in that shady stretch at almost 30 km/h.
The land was becoming arenaceous.
- For the appearence we are in the certain way. Our next destination is the locality of Stream of the Sand!
- Consolation of Schopenhauer!

The way correct. We arrive in the main road, in the locality of Stream of the Sand, six kilometers far from Ernest Alves. We cycled in the dark using light in bicycle. We saw the full moon appearing for backwards over the mounts for where we had passed. In little time we were at house.
It was almost eight hours of the night. We had cycled 78 km in that day.

As soon as we took bath we went to the bar of Tafarel. There were some people for there, they were relatives of the Tafarel who were visiting him, between them there was Pablo, the nutritionist of the house. Pablo disclosed the menu of the next days to us.
- Tomorrow will have “carreteiro of charque”! Sunday “risoto”! You are our guests!
In that night in they served us a very good food: Baked meat, rice, yellow cassava,and so on.

- But Tafarel, I said that only a rice with beans and meat twould be good.
- Ohh, if you to want beans we can get it tomorrow!

In the hour to go home we weent to pay the dinner:

- Tafarel, how much is the dinner?

- I do not know. How much do you want to pay?


(it continues)

quarta-feira, setembro 13, 2006

Ernesto Alves e Arredores - Segunda Parte

(in english after the portuguese)

Ernesto Alves e Arredores - Segunda Parte

Pedalamos da igreja São Caetano até a gruta Nossa Senhora de Fátima. Chegamos no bar da gruta e o bolixeiro nos sugeriu "maristão", uma bebida local cujo fabricante nunca revelou a fórmula, mas que pela característica deve ser feita com vinho tinto, cachaça, canela e açúcar; tem sabor semelhante a de um quentão forte e frio.

Descemos uma escadaria no mato e entramos de bicicleta num buraco, pedalando no barro e na escuridão.



Logo saímos numa espécie de ante-sala onde existe um altar, um reservatório natural de água cristalina, e um mato que lembra a era pré-histórica.





A não ser que se escreva por metáforas, nesse ponto do relato vale mais uma imagem fotográfica do que milhares de palavras.





Passamos por baixo de uma abóbada e saímos numa espécie de salão onde haviam belas imagens de Nossa Senhora.







Seguimos adiante, deixamos as bicicletas encostadas numa palmeira e entramos num túnel esculpido pela água. Tinha uns 100 m de comprimento; ora estreito, ora largo, ora alto, ora baixo; era iluminado artificialmente com lâmpadas incandescentes.
Fomos sair no meio do mato, na parte de fora. Caminhamos um pouco pela estrada de acesso à gruta até chegarmos numa escadaria de concreto que inicia num buraco na pedra e termina nas proximidades das imagens de Nossa Senhora. Retornamos ao local onde estavam as bicicletas.

Nas proximidades existem duas cascatas. Fomos conhecer uma delas assim que saímos definitivamente para fora da gruta. Para isso deixamos as bicicletas ocultas no mato porque o caminho até lá era uma trilha entre as pedras dentro do matagal.





Caminhamos uns 300 m até chegarmos num local impressionante, o alto da cascata II onde uma descrição objetiva vale pouco frente à exuberância das imagens.











Voltamos pela mesma trilha até chegarmos numa bifurcação que levava à outra cascata. Seguimos caminhando no mato uns 200 m até chegarmos na parte de baixo da cascata I.



Não fomos além, para nos aproximar do local da queda d’água, ou subir no alto da cascata I. Estávamos cansados de caminhar no mato, e tínhamos ainda muito o que pedalar naquele mesmo dia. Pegamos as bicicletas ocultas no mato e atalhamos o caminho até a BR 287 por uma estrada de chão que contorna uns morros.



(continua)


Ernesto Alves and Surroundings - Second Part

From the São Caetano church we cycled until the grotto Ours Mrs. of Fátima. We arrived in the bar of the grotto and the barman suggested "maristão" to us, a local drink whose the manufacturer does not disclose the formula, but by the characteristic it must be made with red wine, fire water, cinnamon and sugar; it has similar flavor of a strong and cold "quentão".
We went down staircases in the weeds and entered in a hole cycling the mood and the blackout. Soon we arrived in a species of antechamber where there is an altar, weeds that remembers pay-history , and a natural crystalline water reservoir. In this point of the story, not can be told, unless by metaphors to explain, much more clear are the photographic image than hundreds of words.
We passed under a vault and we arrieved in a specie of hall where there where beautiful images of Ours Lady. From there we followed ahead, we left the bicycles leaned in a palm and entered in a tunnel sculptured for the water. Length so so 100 meters; sometimes narrow, sometimes wide, sometimes high, sometimes low; it was illuminated artificially with incandescent light bulbs.
We got a way into forest, walked a little and we return ed where were our bicycles for a staircase that initiates in a rock hole.
We left the grotto for the same place where we entered, and went to know one of the cascades. For this we left the bicycles hide in the weeds because there where a track into rocks and forest to arrive in the cascade. We walked so so 200 m until arriving in an impressive place, the high part of the cascade II, where an objective story values little compared with the images.
We came back for the same track until arrive in a bifurcation that led to the other cascade. We followed walking in weeds so so 150 m until arriving in the part low of the cascade I. We went not ahead, we stoped and did not approached to the place where the water falls, or to go up in the high place of the cascade I. We were tired of walking in the weeds, and still had much to cycle in that day.

We catched the occult bicycles in the weeds and returned cycling until the BR 287 road, for a shortcut that skirtes mounts and apparently had little ascents of what the original way for VRS 325 road.


(it continues)