domingo, julho 09, 2006

Pedal em Águas Claras (Viamão-RS)

(in english after the portuguese)

Pedal em Águas Claras (Viamão-RS)

Ontem pedalei vinte quilômetros por estradas capilares de terra arenosa que margeiam a RS 40, entre a localidade de Ponta do Aterro e Águas Claras (Viamão-RS).
Já tinha passado de bicicleta por alguns trechos daquelas capilaridades arenosas, ao norte da RS 40. Sabia que haviam pontos difíceis de pedalar, mas também sabia que eram poucos. A paisagem bucólica somada à tranquilidade do local é algo raro de se encontrar tão perto. Assim valeria a pena passar por ali novamente.

Não é preciso pedalar centenas de quilômetros para desfrutar da bicicleta. Passeios curtos podem ser marcantes e insólitos assim como uma viagem de centenas de quilômetros.
Também podemos pedalar trechos antes já pedalados como se fosse pela primeira vez. Tudo depende do estado de espírito, do roteiro, das companhias, da bicicleta, e do preparo físico.
Tenho alguns problemas de saúde sendo diagnosticados. Enquanto não for feito o dignóstico, não voltarei a pedalar longas distâncias. Apesar de gostar de pedalar, respeito os limites do corpo.
A incerteza da continuidade desta vida reforça nosso discernimento e nos leva a ter um estado de espírito mais aberto a pequenas coisas. No universo ciclístico esse estado de espírito se manifesta com a valorização dos roteiros curtos, das boas companhias, de bicicletas simples e do preparo físico suficiente para um passeio lento.

Fui de carro com um amigo até as proximidades do pedágio da RS 40. Apesar das previsões climáticas, o tempo estava para chuva. Armou-se um temporal com nuvens aterradoras de cor cinza-escuro.



A vontade de pedalar era tanta que ignoramos de forma otimista o temporal armado. Saímos pedalando por uma estrada entre pinheirais e árvores nativas, devagar, observando a paisagem bucólica, que dava a impressão de estar destacada da zona quase metropolitana.



Apesar da terra arenosa, fui na velha bicicleta monark barra circular que tem pneus slick e uma única marcha.
A barra circular é uma bicicleta confortável e estável. Comprei ela por acaso, numa loja de ferragens na zona norte de Porto Alegre há três anos. Foi minha primeira bicicleta em 20 anos, e a terceira na minha vida.
A primeira foi uma monareta, a segunda uma caloi 10.
A monareta ficou pequena com o passar dos anos, a caloi abandonei numa despensa escura assim que obtive uma carteira de motorista. Isso tudo há mais de 20 anos.
Hoje não compreendo como fiquei tanto tempo sem pedalar. Eu sempre tive boa saúde, muitas vezes necessitei de alguma atividade física e de um meio de transporte para trechos curtos. Coisas da vida. Da mesma forma não entendo como fiquei quase de 20 anos sem tocar violão.





Seguimos o pedal na estradinha de terra arenosa parando a todo instante para observar a paisagem. Depois de um tempo saímos da estrada principal e entramos numa área urbanizada onde haviam algumas carretas estacionadas na frente das casas.



Mais umas pedaladas e chegamos em Águas Claras, paramos num alambique onde tomamos um refrigerante. As nuvens cinza-escuro tinham desaparecido. Não sei para onde foram, o céu estava claro, era final de tarde. Resolvemos voltar pela parte sul da RS 40, por um caminho desconhecido que vai até a estrada da pimenta. Perguntamos ao dono do alambique:
-Qual é a distância até a estrada da pimenta indo por esse caminho?
-Dois quilômetros.



Depois descobrimos que eram quatro quilômetros de aclive no areião.



Naquele trecho senti que não estou bem de saúde. A bicicleta com uma marcha só e pneus slick colaborou para o sobre-esforço. Mas pudemos visualizar paisagens bonitas. Ao longe e atrás estava o Banhado dos Pachecos, e de vez em quando passávamos por caminhos vicinais convidativos para um pedal.





Na estrada da Pimenta pegamos somente declive e pouca areia. Atingimos uma boa velocidade, havia pouco tráfego de veículos, o trecho final a pedalar era curto. Em pouco tempo estávamos de volta à RS 40.





Pedal in Águas Claras district (Viamão city-RS)

Yesterday I cycled 20 kilometers for capilarities arenaceous land roads that border RS 40 road, between the locality of Ponta do Aterro and Águas Claras (Viamão city-RS).
I had passed by bicycle for some stretches of those arenaceous capilarities yet, in the north of RS 40 road. I knowed that there were dificult points to cross. But also knowed that these arenaceous critical points were few. The bucolic landscape added to the peacefull of the place is something rare to find so close. Thus it would be valid to pass by that way again.

It is not necessary to cycle hundreds of kilometers to enjoy the bicycle. Short strolls can be joyfull and uncommon as well as a trip of hundreds of kilometers.
Also we can cycle stretches cycled yet as it were for the first time. Everything depends on the state of spirit, the script, the company, the bicycle, and the physical preparation.
I have some problems of health being diagnosised . While the dignostic is not made, I will not come back to cycle long distances. Although I like to bicycle a lot, respect the limits of the body.
The uncertainty of the continuity of this life strengthens our discernment and led us to have a state of spirit opened to small things. In the cyclist universe this state of spirit manifest itself as a valuation of the short scripts, good company, simple bicycles and the physical preparation enough for a slow stroll.

I went by car with a friend until the neighborhoods of the toll of RS 40 road. Although the climatic forecasts, the climate was for rain. A weather with terrifying clouds of ash-dark color was armed. The will of cycling were deep so ignored in a optimistical way the armed weather.

We became bicycling for a road between pine tree plantations, slowlly, observing the bucolic landscape, that gave the impression to be detached of the zone almost metropolitan.
Although the arenaceous land, I was in the old bicycle monark circular bar that has tires slick and an only march.
The circular bar is a comfortable and steady bicycle. I bought it by chance, in a hardware store in the zone north of Porto Alegre city three years ago. It was my first bicycle in 20 years, and the third in my life. The first one was a monareta, the second one a caloi 10. Monareta was small with passing of the years, the caloi was abandoned in a dark store-room as soon I got a driver's license. This everything happened more than the 20 years ago.
Today I do not understand how I stayed so much time without cycling. I always had good health, many times I needed some physical activity and a way of transport for short stretches. Things of the life. In the same way I do not understand as I stayed almost of 20 years without playing guitar.

We followed the pedal in a small road of arenaceous land stopping themany times to observe the landscape. After a time we left the main road and we entered in a urbane area where they had some carts parked in the front of the houses.
Some more cycles, we arrived in Águas Claras, we stoped in one drink bar and we took a cooling one. The clouds ash-dark had disappeared. I do not know where they had gone, the sky was clearly, was final of afternoon.
We decided to come back for the south part of RS 40 road, for an unknown way that goes until the "road of the pepper". We asked to the owner of the drink bar:
- What is the distance to go until the "road of the pepper" going for this way?
- Two kilometers.

Later we discovered that they were four kilometers climbing in sand. In that stretch I felt that I am not very well of health. The bicycle with only one march and tires slick collaborated for on-strengthens.

But we could visualize pretty landscapes . Far and behind there were the Bathed one of the Pachecos, and time by time we passed for nice vicinal ways almost inviting us for a pedal.

In the "road of the pepper" we only catch declivity and little sand. We got a good speed, had little traffic of vehicles, the final stretch was short. In little time we returned to RS 40 road.