terça-feira, maio 10, 2005

Dois dias... Duas rodas


Estou postando um relato bastante divertido feito por um amigo e conterrâneo, que atualmente mora em Blumenau (SC)
Em fevereiro deste ano estive em Blumenau, fiquei na casa dele uns dias. Num sábado ensolarado, depois um churrasco, uma caixa de cerveja e alguns relatos ciclísticos, ele decidiu comprar uma bicicleta... e comprou mesmo.
Em 4 de maio ele fez sua primeira aventura ciclística, que resultou num relato.

Dois dias; Duas Rodas,

Tres horas, quarta-feira, 4 de maio, acordo, tomo banho, me equipo, bermuda, capacete, mochila, tudo em cima, rezo um Pai Nosso, Uma Ave Maria, uma saudação a Nossa Senhora Aparecida para que me proteja e cuide meu lar.
Pego a bike, a rua, a esquina o quarteirão; Porquê estou indo passear, se estou dentro de um cartão postal!

Pego a rua Beira-rio, frio cerração e um visual indiscritível de lindo. Opa! vou fazer um lanche, primeiro vou no posto Patinho Feio, um Gatorede...não, choco-leite...não, cerveja...não, Hum!!!, vejamos, uma Smirnoff Ice Limãobem gelada para aquecer, mas como estava de bike, cara de ciclísta, esportista não pega bem beber, saí para um lado e parecia um oito válvulas, fez redemoinho na garrafa, tres goles e foi...
Volto a curtir a rua, ficou melhor, passo noutro posto conveniência, uma Skol; Pronto turbinado;
Há e o pulso ainda pulsa,mas não dói mais, devido ele estar aberto, estava usando munhequeira, dificíl para trocar marchas; Fui aos Correios, peguei um caminhão que vai para Bal. Camboriú, joguei a bike dentro e fui...
Seis horas estava na cabeceira da praia de Bal. Camboriú, fiquei olhando o deslumbre do dia, pessoas de idosas faziam caminhada, fiquei observando a praia, os arranha-céus, "paliteiros", o Cristo Luz no morro e quase me surpreende o astro-rei Sol, laranja, grandão a me saudar; Bem diz o ditado "Cerração baixa, sol que rácha"; Oba!..., vai ser um lindo dia.
Fui comprar filme para a máquina fotográfica, 6:15 h:s, encontrei uma padaria aberta, o primeiro contato; Tem filme.
- Só um momento, deixa eu largar minha cuia, o índio era de SãoBorja, outro de Santa Maria, o de Santa falou sou de Santa Maria do Monte, e tu!
- Sou de Santiago, estou morando em Blumenau.
- Santiago do Boqueirão, disse, famosa.
Olhando para dentro da padaria, parecia que estava no Sul, pelo assunto.
Quando virei para fora, a praia, o mar é Bal. Camboriú.
Falamos sobre a bike, o xirú me desdenhou, essa tua é só para passeio, não tem nada de especial, o selim que chamou atenção, perguntou o preço, um Royal-Gel, o mais disse para colocar pinhão reduzido para ficar mais veloz, correia cromada, freio não sei..o quê.
Volto prà cabeceira da praia, lindo, lindo demais, já degluti mais uma Skol na padaria, faço todo o trajeto beira-mar de cabo a rabo só curtindo, vou um pouco no calçadão;
Continuo curtindo, chego no final da praia, não resisto e entro mar adentro através de um mole, tinha ums pescador, comversamos um pouco, eram de Blumenau; Olho para cima, um teleférico de Bal. Camboriú, as pessoas já estavam passeando, o teleférico vai de Bal. Camb. até a praia de Laranjeiras, sobe um morro bem alto, muito legal.
Vou a um quiosque, enquanto tomo uma cerveja, peço informações:
- Você pega a balsa, atravessa o rio e pega a interpraias, (estrada). É mais longe, mas vale a pena, são várias praias, pela BR. não se vê muita coisa e é perigoso; Ok! foi o que fiz;
Atravessei de balsa,legal, não tinha andado numa ainda, pego a Inter-praias, que deslumbre!!!, a visão de Bal. Camb., que estava deixando, uma subida e cada vez mais linda ficava a visão, o ar da mata Atlântica, meu!, que legal, nas narinas, na pele, o cheiro, a visão, lindo, subo mais, um calor intenso começa, suor, respiração ofegante, bôca sêca, me censuro, viu seu Camêlo, àgua existe e faz bem, desço da bike, que sede, que cansaço nas pernas, o morro é grande, em cima mais uma bela visão de Bal. Camb., o Cristo-Luz com seus braços abertos, parecia medizer volte sempre.
Desço o morro, praia de Laranjeiras, linda, surpreso que oteleférico vem até ali; Chego vou direto a um pier de madeira, (estaleiro). Ao lado grandes pedras, pescadores de marisco, já nos seus barcos. Um restaurante abriu... àgua... àgua... àgua mineral com gás, primeira vez que tomo àgua desde que sai de casa; O dono convidou para mim retornar em junho, vai haver um torneio internacional de moto-bike, Estados Unidos, Canadá e outros países da Europa estarão presente, só feras, sigo adiante. Um baita morro, mal começo e fico com sede, a àgua não deu prá nada. Chego próxima praia, mais uma visão cinematográfica, é Taquaras, tomo mais àgua, sigo, outro morro, outra praia. Praia do Pinho, praia de naturísmo, hesitei, mas com medo de me arrepender da oportunidade, entrei; Uma experiência numca sentida ficar nu, na frente dos outros. Sempre, vejo os cartazes, sem camisa não entre, aqui era o contrário; "Por favor respeite o local, seja ético e inteligente, praia de naturísmo, proibido ficar com roupa". Tirei tudo de uma vez só, que estranho, em vez de brochar por vergonha, me excito, que situação, que hora para o bicho se acordar, deve ser o vento do mar, o lugar a situação...; Mesmo assim fico na cara dura, vou falar com um desconhecido, disse: que era minha primeira vez, e que se não conversasse com alguém para trocar idéias, não teria sido válido minha presença, ele achou certo e começou a conversar, falei da minha situação e ele disse, isso é normal, pode ficar à vontade. É proibido tirar fotos, mas mesmo assim insísti e tirei duas fotos de mim, pelado, pelado de mão no bolso. Uma experiência e tanto, só não entrei no mar, as ondas estavam muito altas e forte, meia hora e estou dando tchau.
Próximo morro, 11:30 H:s, sede novamente. mais visão do mar, navios enormes, distantes, pareciam prédios flutuantes, praia do Estaleiro, beleza passo batido, quero almoçar em Itapema, saio da interpraias, vou prá BR.101, um perigo, comboios de caminhão e onibus um movimento intenso,na interpraias só passou dois carros uma bike e uma moto, o asfalto é novo, esta cheirando a tinta, a BR. tambem e boa, uma garrafa de liso, devido a duplicação recente. Chego em Itapema ao meio dia em ponto, almoço: Salada verde, macarrão, bife, uma cerveja.
Descansei uma hora, curtindo, pensando, recordando, essa praia é a que mais conheço e gosto, queria ficar a tarde toda, tomar banho, ír na curvado mar, lá tem um quiosque, tem uma cachaça branquinha, uma amarelinha de Luis Alves... desisto e sigo a frente, praia do Perequê,um bando de garças me chamam a atenção, registro no filme. Praia de Porto Belo, olá!, cheio de barcos, lanchas, íate, não vejo ninguém, não tiro foto, sigo outro morro, olho do alto, Porto Belo, que visão,até me emociono de estar ali, no topo do morro um quiosque, um fogão a lenha, desses de tijolos para assar pinhão, uma moenda e um moinho dàgua para enfeitar o lugar; Tomo mais àgua, tem côco gelado, caldo de cana... muito obrigado, àgua mineral, desço o morro avisto a praia de Bombas, espetáculo, aquele marzão azul, verde sei lá espumante.
Paro prá curtir, um senhor de idade vem conversar comigo, que legal comversar com um desconhecido, com respeito, com alegria, com apreço, dois humanos se encontrando, se saudando como se fossemos velhos amigos.
Sigo a pé com a bike ao lado, até o ínicio da praia, saio da estrada, vou pela areia da praia, tento andar de bike mas a areia fofa atola, não dá, o dia está lindo, são 16:00 H:S,
Vou em direção de ums pescadores, estava cansado, cumprimentei-os e perguntei, sabem onde tem um quarto para alugar, para passar a noite, não quero pousada ou hotel, um quarto.
- Olha! aquele rapaz que vai lá, o tio tem uma pousada.
Chamamos o rapaz, se apresentamos, ínicio de uma amizade.
- A pousada do tio é a um Km daqui, cobro R$ 20,00, os outros aqui perto é muito mais. Acompanho o rapaz, seu nome é Sandro, um Km e nada, mais um Km e nada, estava indo para umas ruelas de areia fofa, que só apé para andar, as casas estavam ficando escasas, eu disse, olha vou desistir,quero ficar perto da praia, ele insistiu... tá com medo.
- Não. (pior que estava sim)
- Pensei, se estou a fim de sair da rotina, tudo bem, vamos ver o quevai acontecer, confiei, lembrei que tinha rezado, e que nada de ruim poderia me acontecer.
- Ele disse, mais um Km, se tu quizer ir a praia de Mariscal ou Zimbros, por aqui é mais perto, Quatro Ilhas é para lá. Cansado lembrei da frase do livro "Óbvio", do professor Gretz.
- Se te convidares para caminhar uma milha, caminhe duas. - Avistei, me acalmei, fiquei na pousada, tijolos à vista, sala, banheiro, quarto, simples, o essêncial; Até ali já tinha criado confiança e amizade pelo Sandro.
Se você quizer, troca de roupa evoltamos para praia; Tem um Super Mercado no meio da quadra se precisar alguma coisa vailá.
Troquei de roupa, fui ao Super Mercado, fiz compras básicas e duas latinhas de Kaiser, uma dei para o Sandro, fomos prà praia, começamos a caminhar, entrou numa trilha no mato, bem legal, mais adiante, no meio do mato uma placa; Praia do Ribeiro. Opa!... não sabia que tinha essa praia, não tem casas do lado, a àgua uma delícia, tirei camiseta, calção e fiquei de sungão, nadei, me batizei, já era quase18:00 H:s;
Ele convidou para seguir adiante, fomos pelas pedras, um penhasco, meus pés estavam reclamando pois não estavam acostumados a caminhar descalço, aós meia hora de costão, uma praia, Bombinhas, só casarão, tudo cheiro a poder, àgua limpinha, nadei mais um pouco... eu estava em estado de graça pelo dia; Voltamos pois começava a escurecer,e as pedras se tornão perigosas a onda começa a ficar mais forte na noite.
- Você comeu sirí.
- Não, só comi casquinha de sirí, gosto muito com cerveja.
- E lula já comeu.
- Não, só polvo, gostaria de comer lagosta.
O Sandro me convidou para um caldo de peixe.
- Legal, estou louco para tomar um caldo de peixe.
- Vou fazer um , hoje a tarde pesquei ums peixes, peixe para ser bom tem que ser frescos, vamos passar ali num bar, tem uma garota linda.
- Vamos, quero uma bebida forte, um uísque, um conhaque para não gripar e cortar um pouco a cerveja que pode me dar queda de pressão.


O cara tinha razão, ela era bonita mesmo, cabelos pretos longos, muito simpática, perguntei se queria trocar de cabelos comigo, ela riu...dará elas por elas, tomei uma cerveja, um uísque.
No caminho encontrei o tio do Sandro, simpático pra caramba, parece que nós já nos conhecíamos. O Sandro disse: vou fazer um caldo de peixe, vou comprar uns pãezinhos e pimentões. O tio disse:
- Senti que o rapaz é gente fina, vamos assar os peixes, compre carvão;
O rapaz do estabelecimento veio em minha direção.
- Esse cara é campeão, veio de Blumenau de bike,
disse o Sandro. O cara me cumprimentou a lá surfista com aqueles toques de mão, falou véio. Tomamos mais cerveja e uma caixa de latinhas nós acompanhou até apousada. Falamos várias coisas, uma delas politíca.
-Companheiro, funcionário publíco tem que levantar o trasseiro e procurarmelhores investimentos, por exemplo, investir no gado.
- No gado!, sim companheiro, para garantir o bife.
- Em 2002 de Lula, em 2006 também deu Lula.- Colocamos Geraldo Alckimann na Presidência, isso se Pallocci não secandidatar com Ciro Gomes como vice.
Fico olhando a churrasqueira, o fogo já está pronto. Vem o tio do Sandro, com tres sacos de papel, aqueles de pão, cheio de peixes e colocou na churrasqueira, fiquei incrédulo.
-O quê! vai assar os peixes dentro dos sacos, não acredito, vai pegar fogo.
Ele garantiu que não, que é uma receita Mineira e que fica muito bom pois o peixe assa no vapor. Tem que ser churrasqueira com tampa.
- Meu nunca tinha comido um peixe tão gostoso, me enfastiei, chegou a parar os olhos. Gaúcho como sou, não deixei de brincar, agora quero ir pra zona, fechar a porta e dançar pelado, a festa é por minha conta.
O Tio topou, pegou o carro, uma Parati e começamos rodar de lugar em lugar, de bar em bar. 3:30 H:s da manhã de quinta-feira e eu aqui acordado, feliz realizado com o passeio, como é que estou agüentando, mais de 24 H:s me divertindo. Fui dormir. Acordei 7:40, hs, o acerto da pousada era até ao meio dia, saciado de praia, minha conciência parece que estava bem acordada; Ir paraMariscal, Zimbros e Quatro Ilhas, seria ir para mais distante, vou deixar para outra.
Feliz me despedi, eles não queriam que eu viesse embora, prometi voltar, na rua sorri, pois a bike derrapava na areia fofa, que tinha sido patrolada na noite anterior, parece que estava escramuçando.
Vim direto pela estrada, BR, Porto Belo, que imagem, Perequê quero almoçar, é meio dia, desisto, quero almoçar em Itapema, chego num trevo e sem querer me afasto da praia, ué, cadê os prédios, cadê a praia, só estrada e mata Atlântica, puta merda me perdi, apagado,dorminhoco, boca aberta, que sede, que fome, avisto um cruzamento,uma placa Tijucas a 9 Km. Começo a rir, que boca aberta, pego direção Itapema, o vento estava forte, não rendia, a bike estava pesada, já estava arrependido de ter trocado o Selle-royal por Royal-gel, minhas nadegas doiam demais, com a mochila nas costas e o vento não comseguia pedalar de pé, e nada de Itapema. Bom, azeite, estou passeando, não vou esquentar. Quando avistei Itapema, já tinha cruzado toda a praia. Cheguei numa lanchonete, a primeira que vi, comi um Xis mignom, uma cerveja, valeu, descansei uma hora.
Segui pela BR. 101, nada de praia queria estar em Bal. Camb. até as 17:H;s.
Antes de deixar Itapema comecei a cantar, àgua, àgua mineral tomou ficou legal, sai da BR. e entrei na praia, tive que procurar onde comprar, é estranho não era fácil conseguir àgua mineral com gás, Gatorede, nem se fala.
Pego a BR., um presente, achei que ia pegar vários morros até Bal.Camb., mas com a duplicação da BR, tem um imenso túnel, o barulho é infernal, o oxigênio escasso, o túnel de bike é interminável, ainda bem que é iluminado; uma menina passou num carro e gritou da janela, quase me arrebentou os ouvidos, e quase caí, pois o barulho me desequilibra.
Saio do túnel, não deixo de homenagear a grandiosidade da engenharia e o senso tecnológico, o homem e Deus;
Na entrada de Bal.Camb. o primeiro imprevisto desagradável, estou na BR., e uma camionete Blazer, do capeta verde vidros escuros, aparece do nada ecorta a minha frente e sai da BR., cheguei a encostar os braços na lataria, acredito que devido a velocidade, não chegou a ser fatal.
16 H:s começo a curtir Bal. Camb., ando por várias ruas, vou até ocalçadão, como um pastel, um suco de abacaxi, descanso, fico vendo que a praia começa a receber os surfistas, vários fico curtindo um bom tempo.- Começo a andar pela calçada da Beira-mar devagar, olhando o mar, os navios ao longe, os surfistas. Êta vida dura!. Acredito que me deu sono comecei a perder o controle da bike, meus reflexos começaram a diminuir, fui atravessar a rua, na faixa e um escort não respeitou, só deu tempo de eu jogar a bike na calçada.
Minha conciência acordou:
- Você precisa descansar
Fui até os Correios e aguardei o caminhão. De retorno a Blumenau, eu estava querendo vir de bike, mas a voz interior não deixou, você vai se arrepender.
Deixei a Bike nos Correiose fui andar a pé para passar o sono, tomei um café preto com pão e margarina, muito bom, me despertou. O Caminhão chegou, vim embora, em Itajaí, no porto vários navios gigantesco, vários containers, um movimento muito interessante. Cheguei em casa as 20 hs, todo duro, com dor no pulso, no traseiro e na sola dos pés, incrédulo por ter cumprido minha façanha.
Obrigado aos amigos que me acordam, obrigado a Deus.